"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 24 de julho de 2013

-- É VERDADE, TERTA?... -- VERDADE!...

No vídeo, Dilma ensina em Fortaleza que o Brasil foi inaugurado pelos cearenses




Em abril de 2013, a presidente da República baixou em Fortaleza para saciar a sede das vítimas da seca com outra chuva de dinheiro invisível. “Vamos investir mais 9 bilhões de reais”, prometeu em mais um comício na capital cearense. Como a salva de palmas não foi lá essas coisas, Dilma Rousseff resolveu animar a plateia com a revelação retumbante: ao contrário do que se imagina há 513 anos, o Brasil foi inaugurado pelos colonizadores do Ceará.

Parece mentira? Veja o vídeo. Lá está a espantosa informação assinalada em negrito no palavrório reproduzido sem correções, retoques ou qualquer tipo de maquiagem.



Eu queria iniciar comprimentando aqui todos os presentes, comprimentando a mulher cearense, os companheiros homens e dizer do meu imenso prazer de tá aqui, mais uma vez, no Ceará. [...] O Nordeste e a seca são um problema. Jamais houve uma atitude correta em relação a essa situação ao longo dus…dus…dus anos sobre essa situação, que é a questão da existência dum fenômeno climático nessa região do país. [...] E de um lado é um desafio e de outro, é um direito do cidadão que aqui veio, aqui povoou e aqui… não só fez tudo isso, mas inaugurou o Brasil. Num vamos esquecê aonde o Brasil cumeçô. [...] Por isso, nós todos sabemos que hoje todo mundo olha pra essa região e num vê mais o chamado primo pobre da nação.

A oradora Dilma Rousseff não cumprimenta ninguém. “Comprimenta” meio mundo, começando pelos companheiros homens e pelas companheiras mulheres. Raros erres dos verbos do infinitivo escapam da guilhotina.
Todo onde vira aonde. Platitudes de jardim da infância convivem com frases sem pé nem cabeça e tropeçam em pausas que denunciam a exaustão do neurônio solitário.

A maior seca dos últimos 50 anos pode ficar tranquila. Combatida por uma presidente capaz de dizer o que se leu acima, pode durar mais 50.

24 de julho de 2013
Augusto Nunes

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