"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 24 de julho de 2013

NEW YORK TIMES DECIFRA PARA DILMA OS MOTIVOS DOS PROTESTOS: IMPOSTOS ALTÍSSIMOS E PÉSSIMA QUALIDADE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS


Aqui o vídeo. É imperdível.
O jornal “The New York Times” publicou nesta terça-feira em seu site uma reportagem assinada pelo correspondente no Brasil relacionando o custo de vida no país e as manifestações que desde junho tomam as ruas.
Dos gastos com moradia, pelos preços estratosféricos de aluguéis, às tarifas de transportes coletivos, estopim da onda de fúria da população, o valor de serviços e produtos no Brasil é exorbitante e a qualidade muitas vezes deixa a desejar, destaca o “NYT”.
 
Para sustentar seu argumento e explicá-lo ao leitor americano, o jornalista Simon Romero recorre a uma estratégia simples, porém eficaz: a comparação. E, de fato, um aparelho Samsung Galaxy S4, por exemplo, que nos EUA custa US$ 615 aqui custa quase o dobro.
 
Um berço para bebê na Tok & Stok sai por mais de US$ 440, mais de seis vezes mais caro que um modelo similar na rede americana Ikea. Diz Romero: “Para os brasileiros fervendo de ressentimento com relação aos gastos perdulários da elite política do país, os altos preços que têm que pagar para quase tudo — uma pizza grande de mussarela pode custar US$ 30 — só aumenta a sua fúria.”
 
Diante desse quadro, não é de se estranhar que as contas públicas mostrem um aumento robusto dos gastos dos brasileiros no exterior. Romero cita Luana Medeiros, de 28 anos, funcionária do Ministério da Educação: “As pessoas ficam zangadas porque sabemos que há como obter produtos mais baratos; vemos lá fora, por isso sabemos que há algo errado aqui.”
 
O peso dos impostos
 
O jornalista do “NYT” lembra que as manifestações que incendeiam o país começaram como um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus no Rio e em São Paulo. Romero explica ao leitor do jornal nova-iorquino que os cidadãos dessas metrópoles gastam uma parcela bem maior de sua renda do que os residentes de Paris ou Nova York, cidades cujo custo de vida não é dos mais baixos. E não se está falando em qualidade dos transportes, que é bem inferior nas cidades brasileiras.
 
Romero cita economistas para afirmar que o custo do transporte é apenas um exemplo das dificuldades que o brasileiro enfrenta. “Alugar um apartamento em áreas cobiçadas ficou mais caro do que em Oslo, a capital da endinheirada produtora de petróleo da Noruega”, escreve o jornalista.
“Antes dos protestos, a disparada de preços da cesta básica de alimentos, como o tomate, gerou piadas com a presidente Dilma Rousseff e seus conselheiros econômicos.”
O jornalista conclui citando a lei que obriga o varejista discriminar na nota o valor tributado, cuja parcela deixa os consumidores brasileiros indignados.
 
(O Globo)
 
24 de julho de 2013
in coroneLeaks

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