"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 9 de julho de 2013

"MAIS MÉDICOS" TEM AS DIGITAIS DAS QUATRO PATAS DO ALOPRADO MERCADANTE


O programa lançado por Dilma Rousseff é uma estupidez sob qualquer ponto-de-vista. A exigência de dois anos de trabalhos forçados para o jovem médico vai atrasar em dois anos a sua formação em residência, onde o mesmo se especializa em cardiologia, neurologia, neurocirurgia e nas diversas áreas da medicina.
 
Em vez de estudos de alto nível, o jovem médico será enviado para os cafundós do judas, sem experiência, sem recursos, sem acompanhamento.
Dois anos depois, quem garante que ele terá a motivação suficiente para ficar mais três anos ralando na residência de um hospital, recebendo menos do que ganhava no período de trabalho forçado no SUS?
 
Por outro lado, o "Mais Médicos" da Dilma vai exigir a abertura de mais faculdades de medicina no interior do Brasil. Ora, novos cursos são um foco de problemas pela falta de professores, bibliotecas, laboratórios, tanto é que, anos após ano, o MEC vem fechando vagas pelo Brasil a fora, por falta de qualidade.
Em 2011, foram suspensas 514 vagas de 16 cursos de Medicina que tiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC). O indicador varia em uma escala de 1 a 5 e é calculado com base no desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e em outros critérios como a infraestrutura e o corpo docente da instituição.
 
Dentro deste panorama, a criação de 11.447 vagas em cursos de medicina até 2017 pressupõe a contratação de no mínimo mais 1.000 professores, a maioria médicos.
De onde sairão este profissionais? Quantos deles terão mestrado e doutorado, que é o mínimo exigido na área?
 
Agora vejam o absurdo do esquema gigantesco de acompanhamento que será montado para verificar o desempenho do jovem médico nos dois anos de trabalho forçado a que estará submetido.
Os médicos serão acompanhados por um tutor indicado por universidade pública; um supervisor proveniente da secretaria estadual ou municipal de Saúde; e um preceptor que já atua naquela unidade de saúde.
Onde não houver médicos, o preceptor virá de outro lugar. Todos receberão por isso. Todos, obviamente, serão médicos. Se estes que já são médicos não se dirigem ao interior, por falta de condições de trabalho, vão aceitar fiscalizar e monitorar o trabalho de colegas de profissão?
 
Sem dúvida alguma, somente a mente brilhante do aloprado Mercadante poderia parir programa tão grandioso e tão estúpido.
 
09 de julho de 2013
in coroneLeaks

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