"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 19 de julho de 2013

PT COBRA DE DILMA MUDANÇAS NA ECONOMIA, COMUNICAÇÃO E ARTICULAÇÃO POLÍTICA

PT cobra de Dilma mudanças em três setores: economia, comunicação e articulação política
 
 



O prestígio de Dilma Rousseff não ruiu apenas nas ruas. Desmoronou também no interior do PT.

A presidente tornou-se uma personagem muito impopular dentro do seu próprio partido. Longe dos refletores, os correligionários a criticam com aspereza incomum.

A nata da legenda cobra uma mudança de rumos no governo. Avalia-se que as debilidades são mais graves em três áreas: economia, articulação política e comunicação social.
 
Ao farejar o cheiro de queimado, Lula interveio para evitar que a maledicência descambasse para uma lavagem de roupa suja em público. Nos últimos dias, ele se dedicou a amansar o petismo. Fez isso em conversas telefônicas e reuniões no instituto que leva seu nome, em São Paulo. Chamou para um desses encontros os mais expressivos deputado federais do PT, além do seu presidente, Rui Falcão.
 
Lula deu oportunidade para que todos falassem. Dilma foi crivada de ataques. Não houve quem se dispusesse a defendê-la – nem mesmo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia.
Formou-se um sólido consenso quanto à necessidade de promover mudanças nas três áreas já mencionadas: economia, articulação e comunicação.
 
Embora a maioria dos presentes considerasse a reforma ministerial inevitável, não se falou na substituição de ministros, mas na alteração das práticas. Um dos presentes explicou: no fundo, todos sabem que o problema é a Dilma, não os ministros, disse.
Para exemplificar, declarou que é a presidente quem manda na área econômica, não o ministro Guido Mantega.
 
Lula ouviu apelos dos interlocutores para que fosse o porta-voz dos desejos do partido junto à presidente. E fez uma pregação sobre a importância de o PT dar suporte a Dilma, defendendo-a. Amaciado, o PT realiza neste sábado, em Brasília, uma reunião do seu diretório nacional. Convidou Dilma, que prometeu aparecer. No têat-à-tête, ela deve ser poupada das críticas.
 
Há um quê de oportunismo nos ataques de alguns dos petistas à presidente da República. Há três meses, quando Dilma era uma presidente popularíssima e uma candidata favoritíssima, os petistas se esforçavam para tirar casquinha no prestígio dela.
 
No vídeo abaixo, veiculado na web em março, três petistas explicam por que Dilma é sensacional. Dois deles –Marco Maia (RS) e Ricardo Berzoini (SP)— estavam na sessão de pancadaria realizada no Instituto Lula dias atrás. Migraram da bajulação para a repreensão sem passar pela autocrítica.

19 de julho de 2013
Josias de Souza - UOL

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