"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 12 de junho de 2013

EM PARIS, ALCKMIN DIZ QUE MANIFESTANTES SÃO BADERNEIROS. E POR QUE A TOLERÂNCIA?

Em Paris, Alckmin, Haddad e Temer criticam destruição durante protesto
 
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chamou de "baderneiros" os manifestantes envolvidos com atos de depredação durante o protesto de ontem (11) contra o reajuste das passagens do transporte público em São Paulo.

O prefeito Fernando Haddad (PT) também criticou os atos de violência que ocorreram em São Paulo e que foram deflagrados, segundo ele, por "pessoas inconformadas com o Estado democrático de direito".

Tanto Haddad quanto Alckmin defenderam os reajustes na tarifa de ônibus, trens e metrô por estarem abaixo da inflação e criticaram os manifestantes que tiveram envolvidos em destruição e confrontos. Os dois participaram agora há pouco de uma solenidade em Paris, onde foi apresentada da candidatura de São Paulo à Expo 2020.

"É intolerável a ação de baderneiros e de vândalos destruindo o patrimônio público e devem pagar por isso. É patrimônio coletivo. Destruir ônibus, que é exatamente para servir a população, é inaceitável", disse o governador.

Segundo ele, a polícia vai identificar os responsáveis por atos de violência, que devem ser punidos.

O prefeito disse que a manifestação corria pacificamente até um determinado momento em que parte dos manifestantes começou a provocar o confronto.

Alckmin elogiou o trabalho da polícia e disse que os responsáveis por atos de violência serão identificados e punidos.

"A liberdade de expressão está sendo garantida, mas as pessoas não estão fazendo uso adequado dessa liberdade de expressão. Os métodos não são aprovados pela própria sociedade", disse Haddad.

O prefeito criticou uma parte dos manifestantes que, depois que o protesto corria pacificamente, passou a provocar distúrbios.

"Pessoas inconformadas com o Estado democrático de direito passam a adotar um outro tipo de postura de provocação, intimidação, agressão e depredação", declarou.

O vice-presidente Michel Temer também comentou as cenas de violência de ontem em São Paulo: "A liberdade que a Constituição garante é a liberdade de expressão, não de agressão".

O PROTESTO

A manifestação realizada ontem reuniu 5.000 pessoas, segundo a PM, e foi a mais violenta em comparação com os dois protestos que ocorreram na semana passada. Ontem, dois ônibus parcialmente incendiados, agências bancárias e lojas depredadas e 20 pessoas detidas.

As ruas da região central da capital viveram um clima de guerra durante o protesto, que durou mais de cinco horas. Manifestantes lançaram pedras e paus contra a PM, que revidou com balas de borracha, bombs de efeito moral e gás pimenta. Segundo a PM, grupos atiraram até coquetéis molotov contra os policiais.

Eduardo Anizelli/Folhapress
 
Novo protesto contra o aumento das tarifas do transporte público na capital paulista toma as ruas do centro de São Paulo; houve confronto entre polícia e manifestantes.
 
O ato foi organizado pelo Movimento Passe Livre, que se diz apartidário. A manifestação contou com a participação de partidos políticos de esquerda e movimentos anarquistas.

O grupo se diz contrário à violência e admite que não conseguiu controlar os manifestantes. Em sua avaliação, o confronto foi resultado de uma "revolta popular" e da violência excessiva da PM.

12 de junho de 2013
GRACILIANO ROCHA - Folha de São Paulo
DE PARIS

Nenhum comentário:

Postar um comentário