"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 26 de novembro de 2011

CHEGA DE CRESPÚSCULO!

Quem não estiver sofrendo com as espinhas da puberdade fica proibido de ir ao cinema nos próximos dias. Estreou o filme Amanhecer, a primeira parte do final da saga Crepúsculo, que vai se espalhar pelas salas do país como doença venérea em época de carnaval.

Se você não gosta de ver meninas de aparelhos nos dentes gritando histericamente, sugiro evitar shopping centers e afins. Tive a “felicidade” de assistir ao primeiro filme da saga. Além do enredo que fez muitas novelas das seis se transformarem em clássicos da literatura, eu ainda tive que agüentar 4 adolescentes que passaram o FILME TODO falando e surtando em faniquitos hormonais.

Sério, desde quando os monstros do cinema ficaram tão viadinhos e panacas? Jurei que nunca mais veria um filme com vampiros na vida. Nem que o Bela Lugosi ressuscite e desça o cassete nesse bando de vampirinhos fashion.

Não entendo essa euforia juvenil com a série. O ator principal tem a expressividade de uma lata de cal. A atriz tem o mesmo sex appeal de um ladrilho. E os dois passam o filme fazendo cara de criança com prisão de ventre, gemendo e suspirando o amor não consumado.

Normalmente esses dois já estariam em um baile de funk proibidão, beijando mooooiiito. Pregar castidade para uma platéia com hormônios em fúria é sadismo, vamos combinar?

E para prejudicar ainda mais a verossimilhança, os dois pombinhos agora se casam e vêm passar a lua de mel no Rio de Janeiro. Sem serem assaltados nenhuma vez! Felizmente os personagens da saga não são brasileiros. Senão, em vez de vampiros teríamos sacis pernetas e curupiras com pé virado. Pois é, os monstros brasileiros se parecem mais com pacientes de uma fila do SUS.

Chega de bagunçar a mitologia que povoou a minha infância. Quero de volta os meus vampiros velhões, dentuços e vestidos como se fossem para um baile gótico. Não vou agüentar ver múmias com faixas de neoprene e lobisomens metrossexuais depilados, ok?

walter carrilho

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