"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 26 de novembro de 2011

CORREGEDORIA INVESTIGA JUÍZES POR ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

A suspeita ou boatos sobre venda de sentenças, há muito tempo, faz parte das conversas entre aqueles que militam na área jurídica, sem que houvesse nenhuma denúncia formalizada judicialmente. Entretanto, recentemente, a Corregedoria Nacional de Justiça, principal órgão de fiscalização do Poder Judiciário, ligado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), passou a investigar o crescimento do patrimônio de 62 juízes suspeitos de enriquecimento ilícito.

Esse trabalho é feito com a colaboração da Polícia Federal, da Receita Federal, do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que monitora movimentações financeiras atípicas.

Os levantamentos sobre venda de sentenças têm sido conduzidos em sigilo e envolvem também parentes dos juízes e pessoas que podem ter atuado como laranjas para disfarçar a real extensão do patrimônio dos magistrados sob suspeita.

Associações de juízes acusaram o CNJ de abusar dos seus poderes e recorreram ao Supremo Tribunal Federal para impor limites à sua atuação. O Supremo ainda não decidiu a questão. A corregedoria começou a analisar o patrimônio dos juízes sob suspeita em 2009, quando o ministro Gilson Dipp era o corregedor, e aprofundou a iniciativa após a chegada da ministra Eliana Calmon ao posto, há um ano.

Será que o Supremo terá a ousadia de reduzir os poderes do Conselho Nacional de Justiça?

Paulo Peres

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