"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DEM LANÇA DEMÓSTENES TORRES PARA PRESIDENTE

O Democratas lançou informalmente nesta terça-feira o senador Demóstenes Torres (GO) como candidato a Presidente da República em 2014.

Durante a convenção nacional realizada na sede do partido, os integrantes da legenda foram unânimes em afirmar a necessidade de uma candidatura própria nas próximas eleições presidencias.
"Vamos saudar nosso candidato a presidente, Demóstenes Torres", afirmou o senador Jayme Campos (MT), após discurso do senador goiano. Nele, Demóstenes disse que a legenda "deve se preparar para ter candidato a presidente da República".
Parlamentares relataram ao Valor Econômico que o nome de Demóstenes já havia sido lançado em um jantar da cúpula do DEM neste ano na residência do senador.

Embora realizada para eleger o novo diretório nacional e confirmar o senador José Agripino (RN) como presidente do DEM até dezembro de 2014, todos os discursos feitos foram no sentido da candidatura própria. A tese majoritária agora é de que, sem candidato, o partido correria o risco de se extinguir.

"A sobrevivência passa por eleições. Os caminhos vão ser outros. Vamos fazer aliança com quem temos afinidade e onde houver conveniência política. Não emprestaremos nossa história a quem não tem história. Em 2012, vamos sair muito maiores do que entramos, com prefeitos em capitais e nas grandes cidades. E a eleição de 2012 vai ser a avant-première de 2014. Vamos crescer nas duas e se Deus quiser disputar as deleições para presidente em 2014", disse Agripino.
coroneLeaks

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Apoiado por DEM e PPS, mensaleiro disputa prefeitura


O diretório do PT na cidade de Osasco (SP) havia pendurado em seu site, na semana passada, um convite enigmático.

As “principais lideranças” do município foram instadas a comparecer a “um encontro especial” com três expoentes do petismo local.

São eles: o prefeito Emídio de Souza, o deputado federal João Paulo Cunha e o deputado estadual Marcos Martins.


Marcou-se o dia (5 de dezembro), a hora (18h) e o local: Colégio Nossa Senhora da Misericórdia.

A ilustração do convite insinuava uma confraternização de fim de ano: “Bom Natal e Feliz 2012”. Deu-se coisa bem diferente.

O encontro realizado na escola com nome de santa serviu para oficializar a candidatura de João Paulo Cunha a prefeito de Osasco.

Réu no processo do mensalão, à espera de julgamento no STF, João Paulo vai à disputa de 2012 escorado numa coligação de duas dezenas de partidos.

Frequentam o rol de apoiadores do candidato-mensaleiro legendas governistas como PMDB, PSB, PCdoB, PDT, PR, PP e um interminável etc.


João Paulo é apoiado também –espanto (!), surpresa (!!), estupefação (!!!)— por um par de legendas oposicionistas: DEM e PPS.

Curiosamente, o principal antagonista de João Paulo deve ser Celso Giglio, do PSDB. Quer dizer: em Osasco, DEM e PPS preferem o petismo ao tucanato.

Aos olhos de um observador comum, o PT flerta com o risco ao optar pela candidatura de João Paulo na quinta maior cidade do Estado de São Paulo.

O STF cogita julgar o processo do mensalão no início do ano que vem. Se condenado, o candidato temerário viraria um postulante tóxico.

O PT parece trabalhar com duas hipóteses: ou dá de barato que João Paulo será inocentado ou avalia que o Supremo não vai se pronunciar antes da eleição.

Desde que foi pilhado com as mãos nas valerianas botijas do mensalão, João Paulo já enfrentou as urnas duas vezes. Retornou à Câmara em 2006 e 2010.

No início do ano, tentou voltar também à presidência da Câmara, cargo que ocupara entre 2003 e 2005, no alvorecer do primeiro reinado de Lula.

Como a desfaçatez parecia demasiada, João Paulo retirou-se da disputa. Antes, negociou uma compensação.

Foi guindado pela bancada de deputados do PT à poltrona do maior e mais importante colegiado da Câmara: a Comissão de Constituição e Justiça.

Agora, João Paulo tenta refazer, atenuar a biografia, alçando um inusitado voo rumo ao Executivo municipal.

Se não for abalroado por uma decisão adversa do STF, são reais as chances de êxito do deputado.

No ano passado, servindo-se da leniência do eleitor, João Paulo foi o deputado federal mais votado de Osasco, um dos petistas que mais amealhou votos no Estado.

Vingando os planos do PT, confirma-se o vaticínio de Delúbio Soares: o mensalão vai virar "piada de salão."

Josias de Souza

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NOTA AO PÉ DO TEXTO

Assim agem os Partidos políticos no Brasil. O DEM lança a candidatura, embora informalmente, do senador Demóstenes Torres, e apóia a candidatura do mensaleiro João Paulo Cunha para o Executivo municipal de Osaco, a quinta maior cidade do Estado de São Paulo.
O importante é o Partido ocupar cargos e, tanto melhor, se tais cargos podem semear votos aos futuros candidatos a alguma coisa.

Mas a ambição não fica apenas por conta do Partido, mas de políticos, que apostando no eleitor desinformado, do eleitor desmemoriado, do eleitor que ainda duvida da existência do 'mensalão', e que não há dúvida compõe a massa do eleitorado, aceita compartilhar o mesmo espaço com o que há de pior no cenário da politicagem e da politicalha - uma mistura de políticos e canalhas.

Mas tais reflexões caem na esparrela de julgar que há partidos políticos no Brasil. Ledo engano. O que há são legendas partidárias fisiológicas e oportunistas, verdadeiros vírus que apenas aguardam a ocasião para adoecer as instituições com a doença da corrupção. Verdadeiras trilhas para o oportunismo, para a esperteza de estar próximo das grandes negociatas, das alianças espúrias, do golpe para amealhar fortuna própria.

Agora, segundo consta nas notícias que percorrem os subterrâneos do Congresso, pelos menos três Ministros de Estado, começam a ocupar os espaços das manchetes calamitosas: Pimentel, Montenegro e Mantega.
Será que não vai terminar a história negra do petismo, da herança lulista da desditada República?
Até quando seremos surpreendidos pelas denúncias fundamentadas da imprensa?
Até quando resistirá o governo a esse 'mar de lama' que inunda e ameaça o Planalto?
Quem viver, verá.
m.americo

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