"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CINISMO OU COISA PIOR...

O animador de palanque, o animador de TV, o Pai dos Pobres e a Mãe dos Ricos


O presidente Lula alega que não há como melhorar a saúde dos brasileiros sem os R$ 40 bilhões anuais da CPMF.

Falta o dinheiro que sempre aparece quando um amigo do governo precisa. Para tirar da UTI o Banco Panamericano, por exemplo, o animador de palanque ajudou o animador de auditório Sílvio Santos a conseguir um empréstimo de bom tamanho: R$ 2,5 bilhões. São 4,9 milhões de salários mínimos.

Tal quantia teria permitido ao Pai dos Pobres a construção de 41.667 mil casas populares, ou a distribuição de 12,5 milhões de bolsas-família. A Mãe dos Ricos não viu nenhum exagero no socorro financeiro que contemplou Sílvio Santos.


O Pai e a Mãe, claro, juram que nem tocaram no assunto no recente encontro com o homem do baú. Os colegas devem ter-se limitado à troca de ideias sobre a arte de lidar com plateias amestradas. Ou sobre o truque que reduz agressões ao adversário político a um arremesso de bolinha de papel.


O dinheiro é de outros bancos, recita o presidente que nunca tem nada com isso. Faz de conta que Lula só entrou na história como fiador simbólico, interessado em apressar o final feliz do negócio.

Já é mais que suficiente para garantir a gratidão do dono de outra emissora de grosso calibre. O SBT tem pelo menos dois bilhões e quinhentos milhões de motivos para incorporar-se à grande rede verde e amarela controlada pelo Palácio do Planalto.

Augusto Nunes

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