"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

REFLEXÕES SOBRE O MARXISMO NA REALIDADE DA ÉPOCA EM QUE FOI CONCEBIDO

Em primeiro lugar, é para mim uma honra comentar um escrito do grande Ferreira Gullar, o Homem do “Poema Sujo”. Em segundo lugar, a lucidez do Sr. Fuchs impressiona. Suas palavras são sábias e explicam tanta coisa …

Mas peço que levem em consideração o ambiente no qual vivia Marx! No tempo dele, os trabalhadores perdiam mãos e braços em “lançadeiras” e outras máquinas primitivas e nada podiam reivindicar. Nem um mísero “adicional por risco”, como existe em certas profissões atuais.

Marx imaginou então uma sociedade mais justa e partiu para uma utopia verdadeiramente fantástica, na qual a participação de quem efetivamente produzia tinha que ser reconhecida e (bem) remunerada.

Grande Ferreira Gullar, é claro que antes de tudo vem o trabalho intelectual, mas ele necessita de suor para ser executado ou … de nada valerá. A mais valia marxista nunca poderá ser negligenciada sob pena de relegar a décimo plano este suor. O “ganho” conseguido com o trabalho não pode ficar todo com o “intelectual” ou … estaremos falando não de marxismo, mas de escravidão – que é do vivem os empresários do capitalismo, hoje e sempre escorados pelos bancos e outros subsídios/muletas que os sustentam, formando um oceano de corrupção e crueldade que violentam pelo saqueamento que originam.

Creio que é válido, aqui, recordar as palavras de Renée Descartes, o Pai da Filosofia Moderna: “Sei que estou apenas iniciando a construção de um edifício, falta ainda muita coisa, outros prosseguirão com as minhas ideias”.

Marx não teve seguidores, ninguém se habilitou para dar real sequência às suas teorias. Misturaram tudo! São muitos que se apregoam como marxistas, sem sequer haver lido uma linha do Capital ou do Manifesto. Faz todo um sentido que ele tenha sido expulso de alguns países. A Humanidade (o que é isso?) é suja, não acolhe Marx.

10 de janeiro de 2012
Almério Nunes

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