"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 19 de fevereiro de 2012

NOVAS DO ESTADO-BABÁ PETISTA

“Algum de vocês pode dizer sinceramente que a Carta dos Direitos passaria pelo Congresso atualmente? Ela sequer seria votada.” – F. Lee Batley

O governo está discutindo (de novo) se permite a comercialização de cigarros mentolados no Brasil. Um segredo para fumantes e não-fumantes: já fumaram um cigarro de tabaco puro e natural, desses que caipira enrola na palha? É uma merda. Ninguém que já experimentou algo mais saboroso do que larva de cupim cozida consegue gostar daquilo. Todo o sabor do cigarro é devido, oras, ás 300 mil substâncias cancerígenas que colocam ali (ou acham que a indústria do tabaco mata sua clientela por puro prazer?).

Vai lá o governo e… proibe a menta.

Não é um caso isolado. Enquanto tentamos nos tornar o primeiro país menta-free (epa! Free não!) e vamos vivendo nossa vidinha, uma turma da pesada está trabalhando arduamente para controlar nossas vidas: decidir o que comemos, quais valores devemos ter, o que assistimos na TV, em que horário, o que lemos, o que ouvimos, o que fumamos, o que vestimos. Quer dizer, até agora não votaram nada na Câmara – segundo diagnóstico de Romário (PSB-RJ), aquele que sempre fugia dos treinos, se diz ‘puto’ e pede ‘alguma porra pra fazer’ em Brasília. Agora tem Carnaval, então não há nenhum burocrata estatal cuidando de pensar em leis para nos proteger. Quer dizer, mais ou menos. O Estado Big Brother é tão repetitivo que há sites oferecendo projetos de lei prontos para vereadores comprarem. Quem precisa de um vereador, se podemos apenas decidir tudo na porrinha?


Na União Soviétia, o Big Brother assiste você

Esse é um lado da social-democracia (ou “Estado de Bem-Estar Social”, quando precisam de um nome pomposo em extenso para dar a entender que é um conceito etéreo e inalcançável, e não atentar para o fato de que já vivemos em uma social-democracia há tempos e é isso aí mesmo) que os românticos com a idéia insistem em nunca enxergar. Mais Estado controlando “desigualdade” e outros que tais significa, é claro, mais leis controlando a população para ela não fugir da linha. E se diferenciar muito do seu vizinho já é um risco bem alto. Quem decide? O poder maravilhoso do Estado. Mas como ‘Estado’ é uma abstração coletiva, o fato é que quem decide o que ler, ver, assistir, comer e fumar são burocratas. Vereadores, deputados e outra turma que entende tanto sobre a vida quanto um padre entende sobre sexo (sob corruptela de Paulo Francis).

Em livro recentemente lançado no Brasil, o hilário e obrigatório O Estado Babá: Como radicais, bons samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade, o colunista David Harsanyi mostra como uma população cada dia mais informada e com um padrão de vida cada geração melhor que a passada (pense na sua infância, na do seu pai, do seu avô e, depois, na do seu filho) está sendo tratada como retardada pela turma que depois dá entrevistas começando as respostas por “No meu governo…”.

“(…) Embora tragicamente mal utilizado, o bom senso é uma habilidade cerebral tão valiosa quanto qualquer outra. É também um dos melhores recursos – embora não seja o único – para farejar uma lei-babá: você identifica quando vê. O autor de sátira política P. J. O’Rourke uma vez descreveu os princípios básicos da administração em uma sociedade livre como: ‘Pense em sua própria empresa. Contenha-se’.”

Será um fator apenas americano? Vejamos algumas notícias só dessa semana que vimos partindo dos petistas e seus aliados por aqui.

19 de fevereiro de 2012
Flávio Morgenstern

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