"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 13 de março de 2012

DILMA TIRA MAIS UM INDICADO DE LULA. SERÁ QUE VAI MESMO COMEÇAR A GOVERNAR?

O comentarista José Carlos Werneck anunciou aqui no Blog que Dilma Rousseff estava começando a governar. Outros comentaristas o contestaram, mas tudo indica que Werneck está com toda a razão. Hoje, a presidente Dilma tirou mais um indicado pelo ex-presidente Lula. Desta vez, foi abatido o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza. Confiram a reportagem abaixo, de Maria Clara Cabral, da Folha:

###

A QUEDA DE VACCAREZZA

Maria Clara Cabral

Apesar de claramente emocionado, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou nesta terça-feira que deixa a liderança do governo na Câmara sem ressentimentos e que continuará sendo um soldado da presidente Dilma Rousseff. “Encaro isso sem ressentimento, sem mágoas e com naturalidade”, disse.

Para o deputado, sua saída acontece por motivação política, não por derrotas pessoais, já que, segundo ele, o governo só “teve vitórias” na Câmara. O petista admite, porém, não saber aonde a presidente “quer chegar” ao dizer que vai fazer um rodízio nas lideranças.

Vaccarezza admitiu ainda que sua substituição pode causar um estremecimento na Câmara, sem votações importantes nesta semana. “Eu era amigo pessoal dos líderes, até mesmo da oposição, por isso [um estremecimento] é natural. Mas a partir da semana que vem já vai ser tranquilo”, justificou.

O petista demonstrou mágoa ainda ao admitir que soube da sua substituição pela imprensa. Ele foi chamado ontem para uma conversa de uma hora e meia com Dilma na manhã de hoje.

“Não acho que foi uma boa conduta dessas pessoas [que vazaram sobre a sua demissão], mas tenho certeza que isso não contou com o apoio de Dilma”, afirmou.

Em entrevista coletiva nesta terça, Vaccarezza disse não saber qual será a periodicidade desse rodízio e nem quem o substituirá no cargo. O petista disse que a presidente pediu uma indicação de um nome, mas ele preferiu não opinar, dizendo apenas que achava que o escolhido tinha que ser anunciado hoje.

“A presidente está com uma correlação clara das forças do Congresso, mas eu não sei quem será o novo escolhido”, disse.

Ele negou, porém, que sua saída possa repercutir negativamente na Câmara, como na eleição do próximo presidente da Casa e minimizou qualquer crise na base aliada. Disse que a partir de agora trabalhará em projetos pessoais.

Cândido Vaccarezza foi líder do governo durante mais de dois anos e já foi líder do PT. Ele foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Lula.

Além dele, Romero Jucá (PMDB-RR) também foi substituído por Eduardo Braga (PMDB-AM) na liderança do governo no Senado.

13 de março de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário