"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 13 de março de 2012

PRESTES, A COMPANHEIRA E O MANIFESTO

A simples ascensão ao poder não dá o direito a quem quer que seja de impor pensamentos ou opiniões, mesmo aos militares.

Na década de 60, um importante personagem da história brasileira tinha convicção de que poderia fazer a revolução comunista no Brasil contando com o apoio das Forças Armadas. Suas impressões estavam apoiadas nas manifestações que ocorriam especialmente no meio das praças e que acabaram por contaminar parte da oficialidade das Forças Armadas, além de sua experiência durante a Coluna.
Assim, Prestes julgou que estava tudo preparado para, em 1964, implementar no Brasil o regime comunista.
Esperava contar, para isto, com o apoio dos militares e garantiu a Moscou que o Brasil seria um país socialista. Suas esperanças e análises mostraram-se equivocadas. O que se viu foi uma reação pronta nos quartéis que impediram o país de mergulhar em um regime que levou a URSS, a Coréia do Norte e Cuba (para citar apenas esses três) à falência, fome e terror.

Passados mais de 50 anos uma nova socialista, agora munida do aparelho estatal, resolve impor aos brasileiros uma comissão de mentiras que visa tão somente a reescritura histórica típica dos regimes totalitários tão bem ilustrada nos livros de George Orwell como "A Revolução dos Bichos" e "1984".

O disparate chegou a tal ponto que a mera crítica a posturas adotadas por ministros do governo emitidas por uma entidade civil, formada por militares, foram tratadas imediatamente como transgressão disciplinar, mesmo que estes ministros não fizessem parte da hierarquia e da cadeia de comando.
Ainda, as críticas dirigidas ao comandante supremo das Forças Armadas não podem ser consideradas como afronta à disciplina, visto que em nenhum momento o famoso manifesto afrontou a honra e o decoro de tal figura (mesmo que abundante bibliografia e acervo documental coloque em cheque este decoro). O que foi feito foi uma mera análise de seu comportamento que demonstrara ser um no discurso de posse e outro agora.

Assim como Prestes, a nova mandatária da nação esqueceu-se de um detalhe muito importante. Diferentemente de sua formação revolucionária comunista, os militares não defendem nada além de sua nação. Fazem por ela um juramento no qual empenham sua vida na defesa da pátria e das coisas que a caracterizam.

Em contraparte, assim como fora Prestes, nossa mandatária é criada na lide socialista de seu partido, onde o compromisso com a causa é maior mesmo que o compromisso com o país.
Defende o socialismo (que por si só é um regime de exceção, como nos confirma a análise histórica), e o aparelhamento do Estado, da mídia e das universidades por seus quadros a fim de acumular forças e conquistar o poder total.
Isto não é invenção. Isto está escrito no estatuto e convenções do partido ao qual pertence a companheira. Não obstante, o socialismo na sua corrente soviética (que é aquela seguida pelo PT) tem caráter internacionalista, não vacilando em entregar a soberania nacional se isto contribuir para a vitória da causa.

As pessoas que pensaram ser o discurso de posse da atual chefe a expressão da realidade percebem agora como funciona a mente daqueles que são doutrinados e preparados para serem leais ao partido.
Honra e verdade não fazem parte de seu vocabulário. O único objetivo destas pessoas é a servidão cega e irrestrita à ideologia do partido e à causa comunista.

Aqueles que pensaram que os militares iriam calar-se diante da tentativa vil e sórdida de falsificação histórica em marcha no Brasil perceberam que, para terem os militares a seu lado, devem fazer como fez Stálin: assassinar toda a oficialidade e colocar em seu lugar apenas os companheiros do partido. O ódio dirigido aos cidadãos fardados é pura e simplesmente pela incapacidade que o partido tem de se infiltrar e recrutar militantes dentro dos quartéis, mesmo que tenham progredido muito neste mister.

Ademais, a simples ascensão ao poder não dá o direito a quem quer que seja de impor pensamentos ou opiniões, mesmo aos militares. Num aparente erro estratégico, os socialistas pensaram que tinham finalmente dobrado a caserna e agora percebem que, novamente, erraram em sua análise. Mesmo calados, a postura das Forças Armadas permanece a mesma, sempre empenhada em defender a liberdade mesmo que às custas de sua própria imagem.

A impressão que se tem é a de que o gigante adormecido parece ter acordado e isto assusta demais aos estrategistas do socialismo, pois eles sabem que o posicionamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é o pensamento da esmagadora maioria da população brasileira.
Se passarão ou não, ainda não sabemos. Mas parece que, finalmente, os bons resolveram quebrar o silêncio.

12 de março de 2012
Postado por Lenilton Morato
(05.03.2012)

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