"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 12 de maio de 2012

ASSALTOS A CARROS-FORTES VOLTAM A DESAFIAR A SEGURANÇA PÚBLICA

Enquanto em São Paulo e em outros estados os assaltantes roubam caixas-eletrônicos mediante explosão (em cinco minutos um caixa pode ser explodido e roubado) ou ainda através do antigo maçarico (o tempo da ação delituosa é maior), no Rio de Janeiro a ação violenta em assaltos a agências bancárias ou a carros-fortes volta a desafiar os setores de segurança.

Terça-feira, três bandidos tentaram assaltar um carro-forte que fazia o desembarque de dinheiro numa agência da Caixa Econômica. O fato, que envolveu intenso tiroteio, assustando transeuntes, se deu no bairro da Pavuna, na Zona Norte do Rio. É o segundo caso em uma semana no Rio. Na violenta ação, um sargento da Polícia ser preso com uma pistola. Um dos assaltantes fingiu se render, mas repentinamente reagiu, sacando uma pistola ferindo mortalmente, com tiro no peito e na cabeça, o sargento Marcelo Afonso de Oliveira, levando consigo o fuzil do policial.

Na quarta-feira da semana passada, uma troca de tiros entre criminosos e seguranças de um carro-forte assustou quem passava pela Avenida Ernani Cardoso, em Cascadura, na Zona Norte do Rio. Bandidos tentaram assaltar o carro-forte, mas houve revide dos seguranças.
O veículo de transporte de dinheiro ficou avariado. Segundo a PM, o bando fugiu sem nada levar. Ninguém se feriu.
Na noite de 16 de abril, oito criminosos fortemente armados e com toucas ninja, assaltaram uma agência bancária, no bairro de Jardim América, também na Zona Norte. Os criminosos levaram R$ 275 mil. Invadiram a agência e usaram uma marreta para quebrar o vidro da entrada do banco, renderam os seguranças e o gerente, que ainda estava no local.

Tais relatos demonstram que a ação violenta de bandidos não dá tréguas no Rio de Janeiro, onde bandidos passam a ficar mais audaciosos e não se intimidam.Para a polícia, a falta de investimento em alguns detalhes do setor bancário, por exemplo, acaba facilitando a ação dos assaltantes. Algumas agências ainda relutam em instalar câmeras de segurança com circuito interno de TV, o que dificulta a investigação policial. A porta giratória também é um investimento que inibe assaltantes. Mas nem todas as agências contam com esse item de segurança, e isso facilita a ação dos bandidos. Sistema de danificação de notas, nos assaltos a caixas eletrônicos (as cédulas saem manchadas de tintas ou se incendeiam) é outro investimento de que não se pode mais abrir mão para desencorajar assaltantes.
Poucas agências dispõem também de garagens internas para estacionamento de carros-fortes e transporte mais seguro dos malotes, sendo facilitada a ação do banditismo ao estacionarem em via pública.

Cuidado e atenção dos agentes, nos momentos cruciais de desembarque e entrega ou no recolhimento de malotes, nem sempre são observados. Qualquer desatenção pode ser fatal. A prevenção continua sendo o melhor remédio nesse caso. É preciso saber inclusive como andam, nas empresas de segurança, o treinamento e a reciclagem de seus agentes e se há fiscalização pelo órgão competente.
Portanto, é preciso investir, cada vez mais, no trabalho e estrutura necessária para investigação de quadrilhas de assaltantes, geralmente ligadas ao tráfico de drogas. A inteligência policial e ação proativa da polícia repressiva, na busca de bandidos em seus esconderijos em morros e favelas, é ação preventiva indispensável para inibir a violência no nascedouro do crime.

12 de maio de 2012
Milton Corrêa da Costa

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