"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 12 de maio de 2012

DIVULGADA A PRIMEIRA QUADRILHA DO CASO CACHOEIRA. MAS HÁ MUITAS OUTRAS A SEREM DENUNCIADAS.


No Correio Braziliense, reportagem de Ana Maria Campos revela que Carlinhos Cachoeira, o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Dias Abreu e o diretor da construtora Heraldo Puccini Neto foram denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por formação de quadrilha e tráfico de influência no esquema montado com a finalidade de fraudar o processo de licitação para bilhetagem eletrônica do sistema de transporte público na capital do país. Um negócio avaliado em R$ 60 milhões.

Na ação penal, que tramita na 5ª Vara Criminal de Brasília, os promotores de Justiça do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas se basearam em escutas da Operação Monte Carlo e em documentos apreendidos no desdobramento da investigação federal contra Cachoeira, a Operação Saint-Michel, realizada há 15 dias no DF, em Goiânia, em Anápolis e em São Paulo.

A repórter relata que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, é um dos denunciados no esquema e foi preso no dia da Operação Saint-Michel. E a denúncia inclui o contador da organização liderada por Cachoeira, Giovani Pereira da Silva, que está foragido da Justiça desde 29 de fevereiro; o braço direito do contraventor, Gleyb Ferreira da Cunha; o vereador de Anápolis (GO) Wesley Clayton da Silva (PMDB); e dois supostos lobistas Dagmar Alves Duarte e Valdir dos Reis.

Todos teriam se unido e tramado uma estratégia para deixar nas mãos da Delta Construções o controle da receita de todo o sistema de transporte coletivo do DF. O Ministério Público ainda apura a extensão do tráfico de influência. A fraude não ocorreu, mas a ingerência no processo é crime previsto no artigo 332 do Código Penal.
Quanto ao dono da Delta, empreiteiro Fernando Cavendish, ex-concunhado do governador Sergio Cabral, não foi denunciado e continua livre, leve e solto, além de bilionário, é claro.

12 de maio de 2012
Carlos Newton

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