"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 9 de maio de 2012

TODA UNANIMIDADE É BURRA

Uma das mais conhecidas frases do dramaturgo Nelson Rodrigues, trata da unanimidade, disse ele: “Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Ou seja, onde não há oposição, prevaleça a ignorância.

Estou dizendo isso pois tomei conhecimento ontem (8/5) que o Conselho de Ética do Senado, aprovou por unanimidade, o pedido de abertura de processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).


Essa unanimidade ainda não se tornou burra, fato que só acontecerá, se a corrupção incontestável do senador, se limitar à cassação de seu mandato. Por que ele não expiará suas culpas (e são muitas), encarcerado? Assim como aconteceu com o banqueiro Salvatore Caciola, que por crimes contra o sistema financeiro ficou recolhido ao presídio Bangu 8 por 4 anos.

Logo de saída se tem a certeza que os crimes de Demóstenes são mais graves, nem só no montante, mas porque se valeu de um cargo eletivo para roubar.
Há ainda mais um detalhe, qualquer punição para o senador goiano, tem que ter o aspecto de “o vento que venta cá, também tem que ventar lá”.
O rol dos envolvidos é visto em todos os partidos, portanto não se podem punir somente os de oposição, mas com o mesmo rigor os também aliados do Planalto.

Entre os que tem de se explicar não pode ser esquecido o presidente Lula, que foi beneficiado em sua campanha eleitoral de 2002, pelo esquema “Cachoeira”.
Finalizando, a unanimidade senatorial de hoje, poderá se livrar da burrice, se agir com coerência, caso contrário estará condenada a uma obtusidade crônica.

A foto que ilustra esse artigo, mostra ser difícil imaginar um Conselho de Ética, que tendo como competes os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) possa agir com lisura e inteligência.

09 de maio de 2012
giulio sanmartini

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