"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 10 de julho de 2012

REMÉDIOS DE BAIXA QUALIDADE APROVADOS PELA OMS SÃO VENDIDOS EM PAÍSES POBRES

Uma proporção significativa dos tratamentos e antibióticos vendidos principalmente na África e aprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) não contém a dosagem adequada, e apresenta sérios problemas de qualidade, afirmam dois estudos publicados nesta terça-feira.
Duas pesquisas publicadas na revista "Research and Reports in Tropical Medicine" sugerem que problemas no processo de fabricação, mais do que falsificações, podem estar entre as causas desta queda de padrão de remédios destinados a países de baixa e média receita.

Até 8% dos remédios contra a malária aprovados pela OMS não contêm a dosagem adequada, ou potencializam a resistência ao tratamento.

Os remédios de fabricação inadequada e as falsificações são alguns dos grandes problemas mundiais, principalmente no momento em que surgem sinais de resistência crescente à artemisina, principal tratamento contra a malária, doença que, segundo a OMS, matou 655 mil pessoas em 2010.

Um estudo testou 104 medicamentos à base de artemisina em farmácias de Gana e Nigéria, oferecidos pela iniciativa Medicamentos Acessíveis contra a Málária, do Fundo de Luta Global contra a Aids, criado para ampliar o acesso aos tratamentos. Oito remédios continham doses significativamente baixas de artemisina, ou menos de 75%, segundo os autores do estudo.

Outro estudo, envolvendo 2.652 medicamentos essenciais, entre eles remédios para malária, tuberculose e infecções bacterianas, constatou que o nível de falha entre os produtos aprovados pela OMS era de 6,8%. As amostras eram originárias de África, Índia, São Paulo, Moscou, Bangcoc, Istambul e Pequim.

O índice mais alto de falhas, ou 17,65%, foi constatado nos produtos chineses aprovados pela OMS, aponta o estudo. Os pesquisadores afirmam que a organização abriu uma investigação.

Frederic J. Brown
10 de julho de 2012

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