"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BATMAN x CORINGA

 



Todavia o mais importante foi o recado que Barbosa deixou para José Dirceu. Ao justificar o voto pela condenação da ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello por lavagem de dinheiro, Barbosa citou as reuniões entre Dirceu e representantes do banco, intermediadas por Marcos Valério e realizadas em Brasília e Belo Horizonte.
A defesa dos réus admitiu no processo a realização dos encontros, mas sempre negou que tivessem tratado dos empréstimos de R$ 32 milhões ao PT e a empresas de Valério.

“Embora Kátia Rabello e José Dirceu, à evidência, não admitam ter tratado do esquema de lavagem de dinheiro operacionalizado pelo Banco Rural, é imprescindível atentar para o contexto em que tais reuniões se deram – disse Barbosa no voto.

Não se trata de um fato isolado, isto é, de meras reuniões entre dirigentes de um banco e o ministro-chefe da Casa Civil, mas de encontros ocorridos no mesmo contexto em que se verificaram as operações de lavagem de dinheiro levadas a efeito pelo grupo criminoso apontado na denúncia”.
Quer dizer, que o safado Dirceu não tem possibilidades de fugira condenação.

Isso ficou tão evidente que veio contrariar as ordens petistas recebidas pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Por isso ontem ele e Barbosa voltaram a bater boca. O canalha ao ler seu voto quis desvalorizar o feito pelo relator Barbosa, abrindo mais uma divergência quando defendeu a absolvição de Geiza Dias, gerente da SMPB, agência do empresário Marcos Valério, do crime de lavagem de dinheiro, alegando que o julgamento não tinha sido ortodoxo, e disse mais sobre a contraposição entre a acusação e a defesa: “É a dialética do processo penal, o famoso contraditório, estão aqui os estudantes de direito (que) precisam entender isso com muita clareza”.

Ao que Barbosa rebateu imediatamente: “Isso não é academia. Estamos para examinar fatos e darmos decisão. Não estou entendendo. Vamos parar com esse jogo de intrigas”.

Esses freqüentes embates entre os dois cada vez mais se parecem à luta de Batman com seu inimigo Coringa (vide fotomontagem). E por sorte o primeiro sempre vence.

13 de setembro de 2012
giulio sanmartini

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