"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O STF DO B

    
          Artigos - Governo do PT 
Roberto Gurgel afirmou que não entrou com pedido de impedimento de Toffoli para não atrasar ainda mais a ação penal. Lorota. Ele poderia ter entrado com o pedido quando Toffoli foi nomeado ministro do STF, em 23 de outubro de 2009. Por que não o fez?

Com o julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão) no Supremo Tribunal Federal (STF), observou-se que a Suprema Corte brasileira tem também o STF do B.
Trata-se de ministros que foram nomeados por Lula e estão comprometidos com o PT, não com o Estado brasileiro, ao qual deveriam servir por força institucional e prerrogativa funcional. Tudo de acordo com os preceitos do Catecismo Gramscista, de ocupação de espaços e cooptação política, seguidos com fé a ardor pelo petismo.
 
Eu utilizo a expressão STF do B em analogia a CNBdoB, criada pelo pensador e escritor José Osvaldo de Meira Penna, presidente do Instituto Liberal de Brasília. Em analogia a PCdoB, Meira Penna se refere aos padres de passeata e bispos vermelhos da CNBB, que causaram estragos profundos na Igreja Católica do Brasil.
 
O ministro Ricardo Lewandowski é um componente do STF do B. Isso ficou provado com seu voto a favor da absolvição do deputado petista João Paulo Cunha, apesar das inúmeras provas de seu malfeito constantes dos autos. Amigo íntimo da família Lula e petistas do ABC paulista, Lewandowski se comportou como advogado de defesa do réu, não como juiz.
 
Porém, o exemplar mais pomposo do STF do B é o jovem ministro José Antonio Dias Toffoli. Toffoli é um jabuti que está acocorado num poste.
Se o jabuti está acocorado num poste, é porque alguém o colocou lá - Lula da Silva. Exige-se de um ministro do Supremo altos méritos intelectuais, vasto saber jurídico, honradez de caráter e integridade moral, além de outros predicados.
 
O único predicado que habilitou o jabuti a ser ministro do Supremo foi ter sido advogado do PT e de Lula, porque seu currículo é ridículo para a função que ocupa. Não tem cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, não conseguiu passar em concurso público (estadual), mas passou a ser um fiel servidor do petismo, como se observou no processo do Mensalão, sendo o único ministro que acompanhou o voto de Lewandowski pela absolvição de João Paulo Cunha.
Toffoli ficou rico trabalhando para o PT. Só na campanha de Lula pela reeleição recebeu R$ 1 milhão.
 
É claro que nem todos os ministros do Supremo ligados ao PT e Lula votam automaticamente a favor do PT e de seus malfeitores. Um salutar exemplo de que o cargo vitalício deve ser usado em favor da República e não de interesses partidários é o ministro Carlos Ayres Britto, atual presidente do STF.
 
Candidato pelo PT a deputado estadual do Sergipe, em 1990, e amigo íntimo de Lula de longa data, Ayres Britto provou que é um homem honrado ao votar pela condenação de mensaleiros, inclusive petistas.
 
Aliás, coube a Ayres Britto acelerar o início da votação do Mensalão, contrariando o revisor Lewandowski, que estava revisando e Lewando, Lewando, Lewandowski a ação a passos de cágado, de modo a jogar o processo para 2013, quando muitos dos crimes petralhas já estariam prescritos.
 
Vá lá, o jabuti foi colocado no poste, não há como tirá-lo de lá, a não ser que caia. Ele vai ficar pendurado no poste por uns trinta anos, caso seja aumentado para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para os ministros do STF.
 
No entanto, o jabuti deveria ter um mínimo de bom senso e compostura, e se declarar impedido de participar do processo do Mensalão, já que tem relações estreitas com José Dirceu, um dos réus, com quem trabalhou na Casa Civil, de 2003 a 2005.
 
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que não entrou com pedido de impedimento de Toffoli para não atrasar ainda mais a ação penal. Lorota. Ele poderia ter entrado com o pedido quando Toffoli foi nomeado ministro do STF, em 23 de outubro de 2009. Por que não o fez?
 
Aliás, foi por obra do engavetador-geral, sósia de Jô Soares, que Lula não foi indiciado no processo do Mensalão, por sua ligação promíscua com o BMG – Banco Mensalão do Governo.
Lula foi garoto-propaganda daquela instituição e remeteu mais de 12 milhões de cartas a aposentados e pensionistas, propondo empréstimos consignados a juros camaradas.
Os lucros do BMG foram às alturas, de modo que o Banco se deu ao luxo de enfeitar as camisas de 35 clubes de futebol do Brasil em 2011.
 
Toffoli é um jabuti jovem. Tem pela frente uns trinta anos para se manter pendurado no poste. Não será novidade se votar pela absolvição de José Dirceu. O jabuti foi colocado no poste com este propósito. No entanto, espera-se que, em três décadas, o jabuti se aperfeiçoe intelectualmente, faça mestrado e doutorado, e passe a votar de acordo com os princípios da honradez pessoal, não a favor de interesses petralheiros.
 
05 de setembro de 2012
Félix Maier

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