"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CONTRA DUAS FRAQUÍSSIMAS SELEÇÕES, O BRASIL TEM UMA BOA CHANCE DE COMEÇAR A CATIVAR O TORCEDOR

 


Os dois amistosos no Brasil, contra as fraquíssimas seleções da África do Sul e da China, serão boas oportunidades para a seleção começar a cativar o público, que não está nem aí para o time brasileiro. No Mundial, o torcedor vai querer uma equipe vibrante, ofensiva, pressionando até os fortes adversários. É hora de treinar para jogar dessa forma.

Contra a Suécia, o time jogou à moda inglesa, com quatro defensores, uma linha de quatro no meio-campo (os volantes Rômulo e Paulinho, com Ramires, pela direita, e Oscar, pela esquerda), que marcam e atacam, além de dois atacantes (Neymar e Damião). Isso reforça o sistema defensivo.
Os dois laterais, Marcelo e Daniel Alves, que se destacam pelas jogadas ofensivas, ficam mais protegidos por um meia de cada lado.

Essa maneira de jogar contraria dois antigos dogmas do futebol brasileiro. Um, de que o time precisa ter dois volantes apenas marcadores para proteger os zagueiros e fazer a cobertura dos laterais. Essa é uma das razões para a proliferação dos brucutus.
Outro é a obsessão por um meia de ligação, o único responsável pela armação das jogadas. Nessa formação, os quatro do meio-campo são marcadores e apoiadores.

Porém – há sempre um porém -, se os quatro ficarem muito atrás, não conseguem chegar à frente, e os dois mais adiantados ficam isolados. Foi um dos motivos de a seleção campeã do mundo de 1994 não ter encantado. Mas tinha Romário. Hoje, não temos mais. Longe disso.

Se alguns jovens, como Oscar, Damião, Lucas, Ganso e outros, não se tornarem excepcionais, para o nível de uma grande seleção brasileira, vão surgir os pedidos para a volta de veteranos de outras copas, como Luís Fabiano, Fred, Ronaldinho, Robinho e Kaká. Não há motivos hoje para convocá-los. Nem para trocar o técnico.

Se Robinho voltasse ao Brasil, seria destaque do Brasileirão, como foi, recentemente, no Santos. Pelo pouco que Kaká atuou no Real Madrid, tenho a impressão de que ele brilharia na maioria dos times da Europa e em todos do Brasil.

Até 2014, muitas coisas ainda poderão mudar no time e no comando técnico. Independentemente dos resultados e das atuações da equipe, até a Copa das Confederações, Mano Menezes, com seu discurso tecnicista, sorriso pela metade e pouca demonstração de emoção, nas derrotas e nas vitórias, dificilmente vai empolgar o torcedor, mesmo quando o time jogar bem.


Já Felipão, com suas frases e gestos engraçados e espontâneos, com seu jeito agressivo e, algumas vezes, carinhoso, costuma levantar o torcedor, até quando o time joga mal.
A turma que decide, formada pelos dirigentes da CBF, marqueteiros, parceiros e investidores, está atenta. Já conversa e cochicha.

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