"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ORIENTAÇÃO AOS COMPANHEIROS

 

Em sua edição mais recente, a VEJA afirma que está tão segura de que Marcos Valério disse o que ela publicou na semana passada como estava ao publicar em 1992 a entrevista de Pedro Collor responsável pelo início da queda do irmão dele, o então presidente Fernando Collor.

Para quem não lembra ou não sabe: a entrevista de Pedro foi gravada e filmada, e é a isso que a VEJA agora se refere indiretamente. Portanto, a de Valério também teria sido.

Não, não foi. A de Valério foi só gravada.

Valério soube que sua conversa com a VEJA fora gravada quando quis romper o trato feito com a revista: ela publicaria as declarações dele, mas as atribuiria a pessoas que as teriam ouvido diretamente de Valério.

Assim, a entrevista deixaria de ser uma entrevista, o que livraria Valério da responsabilidade de responder por ela diante da Justiça. Mas Valério não perderia a ocasião de mandar recados para quem quisesse e de fazer ameaças.

Agora, a orientação aos companheiros: cobrem da VEJA a gravação da conversa com Valério. Ela não poderá mostrá-la depois de ter negado que entrevistou Valério.

O companheiro Lula não pode cobrar. É mais conveniente para ele fingir que acredita que não houve entrevista - e, portanto, que a Veja não dispõe de gravação com Valério.

Continuem desacreditando a revista, chamando-a de mentirosa. Lula também não poderá fazê-lo. Nem mesmo o PT que tantas vezes já o fez. Imaginem só se, irritada, a revista acabasse divulgando a gravação.

Só não esqueçam que o momento é delicado.

Se a gravação vier a público, algum juiz de primeira instância poderia abrir um inquérito para apurar as acusações de Valério. Isso não seria bom para Lula.

Batam na VEJA por hábito e para não parecermos frouxos. Mas sem a virulência dos temerários e nem o descompromisso dos suicidas.

24 de setembro de 2012
in ricardo noblat

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