"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A COLÔMBIA E A REELEIÇÃO BURLESCA DE CHÁVEZ

    
          Notícias Faltantes - Foro de São Paulo 
Uma semana antes de Santos tomar posse, a DIJIN da Polícia descobriu em Bogotá um plano das FARC para assassinar Santos com a informação anexa de que o crime era financiado pelo “governo amigo”. Qual é esse governo amigo? Dentro do baralho das possibilidades, Chávez ocupa o primeiro lugar.

Fatal e preocupante. Não de outra maneira se pode definir a incidência que terá a publicitada reeleição de Hugo Chávez na Venezuela para a paz da Colômbia. Sócio incondicional dos terroristas e ansioso por incluir a Colômbia dentro da esfera do socialismo do século XXI, governada pelos representantes políticos das FARC incrustados no Movimento Bolivariano Clandestino, denominado com motes ribombantes e enganosos, o mandatário venezuelano fará o possível e o impossível para que os negociadores das FARC manipulem as conversações e recuperem o espaço político perdido, devido à sua imersão no narcotráfico e no terrorismo contra a Colômbia.


Como todo comunista, Chávez é desleal, farsante, mentiroso e calculista. Isso o mundo inteiro sabe, e pior: a amnésia e a imediatez dos jornalistas que cobrem os eventos, fazem com que se esqueça a realidade. Chávez é tão falso que quando as FARC assassinaram em território venezuelano alguns soldados de seu país e alguns funcionários de PDVSA, em sucessivas vezes com Granda e Márquez, Chávez desconversou e, para salvar a imagem das FARC, culpou os para-militares desta ação terrorista.

Quando o Exército colombiano neutralizou Raúl Reyes no Equador, onde Rafael Correa o escondia, Chávez não só ameaçou declarar guerra à Colômbia, como fez uma cerimônia improvisada para prestar um minuto de silêncio à memória do terrorista abatido, e depois, com o maior cinismo e agressividade, vociferou ante seus lacaios da assembléia nacional venezuelana que as FARC e o ELN não são terroristas, senão “exércitos revolucionários” que têm reconhecimento político (e apoio financeiro) na Venezuela.

As relações do trânsfuga mandatário venezuelano com as FARC vêm desde finais da década de 80, quando o Partido Comunista venezuelano planejava um golpe de Estado em Caracas, complexo cenário no qual os governos de Carlos Andrés Pérez e Cesar Gaviria morderam a isca. Inclusive Humberto De La Calle, o mesmo negociador de hoje, passeou por Caracas e México por conta do erário público, sem sequer se dar conta de que os comunistas de ambos os países o estavam manipulando. Oxalá tenha aprendido... Ou pelo menos entendido o que se tece de maneira sub-reptícia.

Uma semana antes de Santos tomar posse, a DIJIN da Polícia descobriu em Bogotá um plano das FARC para assassinar Santos com a informação anexa de que o crime era financiado pelo “governo amigo”. Qual é esse governo amigo? Dentro do baralho das possibilidades, Chávez ocupa o primeiro lugar.

Porém, há quem acredite nisso. No dia seguinte à posse todo mundo sabia que Santos estava falando com o potencial autor intelectual de um magnicídio contra ele, se abraçou com Chávez, o declarou seu novo melhor amigo, disse-lhe que setores do Partido Liberal, que por conveniência hipócrita haviam sido uribistas furibundos, estavam em conversações secretas com delegados das FARC, e que seu irmão Enrique, um socialista com Rolls Royce, apartamento em Manhattan, relógio Rolex, gosto gastronômico sofisticado e aguda capacidade para as intrigas politiqueiras, seria a ligação com os terroristas na ilha-prisão da ditadura cubana.

Então Chávez seguiu o manual de farsas ordenado por seu patrão Fidel. Fingiu a amizade, entregou uns desertores das FARC que se escondiam na Venezuela e, ao mesmo tempo, aproveitou a estupidez funcional de Santos para intercambiar o narco venezuelano Walid Makled que poderia afundá-lo ante a justiça nos Estados Unidos, por um terrorista de pouca monta que, ao que parece, havia gastado na Suécia mais dinheiro do que o autorizado pelas FARC e havia sido chamado a prestar contas por Iván Márquez, isto é, em seu gabinete em Caracas. Nunca que o sueco nacionalizado foi à selva venezuelana, à guarida do chefe terrorista.

Daí em diante a chancelaria colombiana tem sido incapaz de conseguir que a Venezuela entregue dois terroristas-chave das FARC que viviam comodamente e sob a proteção dos serviços de segurança chavistas. Finalmente, com o evidente apoio da Guarda Venezuelana, terroristas do Bloco Caribe das FARC atacaram a base militar de Majayura na fronteira bi-nacional e depois se refugiaram na Venezuela.

De imediato Chávez enviou tropas à fronteira, dizem que para evitar a entrada de forças irregulares em seu país, porém a verdadeira intenção era proteger a batida em retirada dos terroristas sem que o Exército colombiano pudesse persegui-los imediatamente.

Todos estes antecedentes convergem em uma realidade: Chávez é inimigo declarado da Colômbia. É cúmplice das FARC, grupo terrorista que faz parte do plano estratégico orquestrado pela ditadura cubana para estender o comunismo em todo o continente.

Aqui não cabe o benefício da dúvida, nem a maliciosa crença de que as FARC estão derrotadas e que agora sim buscam a paz, para que Juanma e sua despreparada equipe negociadora sejam condecorados com o prêmio da paz.

A realidade é outra: com Chávez no poder, as FARC têm oxigênio para muito tempo, propaganda permanente com a Telesul, dinheiro para se financiar e facilidade para traficar cocaína por território venezuelano para a Europa, além da descarada cumplicidade das Forças Armadas venezuelanas, assim como a permanente propaganda interna na Colômbia do Movimento Bolivariano Clandestino que, com outros nomes mas os mesmo de sempre, vocifera aos quatro ventos a necessidade da solução negociada ao conflito.

A estes somam-se as vozes de personagens tão nefastos como o desprestigiado ex-presidente Ernesto Samper, que acredita que a Colômbia já esqueceu sua funesta passagem e vergonhoso exemplo como mandatário eleito de forma questionável, a do linguarudo senador Roy Barreras, e a muitos estúpidos que recorrem à afirmação desqualificadora de guerreirista contra todo aquele que tenha o caráter de advertir o país e o mundo, que nem agora nem antes as FARC e seu braço político comunista tiveram interesse genuíno de paz.

As FARC querem o poder, alcançado por meio da combinação de todas as formas de luta. E as trapaceiras negociações políticas, com a cumplicidade de governos vizinhos como os de Chávez, Correa, Daniel Ortega ou a ditadura cubana, e a argúcia de seus comissários políticos, camuflados em movimentos políticos e sociais de esquerda habilmente manipulados.

Em síntese, a reeleição de Chávez é negativa em grau máximo para a paz da Colômbia, e é um ingrediente a mais para a prolongação do ensangüentado conflito. Não é um meio para a paz, senão um incentivo para que os comunistas armados e desarmados do continente prolonguem a guerra contra a Colômbia. Ademais, essa é a lógica marxista-leninista.

Escrito por Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido

Tradução: Graça Salgueiro

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