"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MARCHANDO DE PASSO ERRADO

 

É conhecida a história da supermãe que foi pela primeira vez assistir o desfile do batalhão onde seu filho servia. Vendo o pimpolho passar com o passo errado, ela exclamou para a assistência: “O batalhão inteiro tem que ser punido! Só o meu filho está certo!”


“Acho que errei o passo…”

Com todo o respeito, o ministro Ricardo Lawandowski está marchando com o passo errado. Inocentar José Dirceu e José Genoíno equivale a revogar a prática milenar de nossos soldados, de que o bumbo coincide com o pé direito. Estariam os ministros do Supremo Tribunal Federal equivocados, certo só o revisor?

Nessa alegoria, importa saber quem é a supermãe. Só pode ser o Lula, que insiste em negar a existência do mensalão e considera José Dirceu e José Genoíno injustiçados.
Convenhamos, Lewandowski atenta contra a natureza das coisas. Tem todo o direito de discordar de Joaquim Barbosa, mas perde a razão quando vê o batalhão inteiro marchar conforme a cadência do ministro-relator.

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QUEREM APOSTAR?

Querem apostar como Celso Russomano voltará a crescer na última pesquisa a respeito das eleições para prefeito de São Paulo? Feita na boca da urna, essa derradeira consulta não pode errar tanto como as anteriores. Desmoralizaria os institutos e determinaria a perda de clientes para as próximas eleições.

Importa menos, hoje, quem vai chegar em primeiro lugar e quem vai passar para o segundo turno. Vale registrar a variação nas pesquisas, de uma semana para cá.
Seria o eleitor paulistano tão volúvel assim, a ponto de manifestar uma preferência na segunda-feira e outra oposta, na terça?

Tem azeitona nessa empada. Ou os institutos lambuzaram suas primeiras tomadas de opinião ou estão, na reta final, servindo a interesses pouco claros. Aceitar mudança tão drástica assim é impossível. Depois, como sempre, vão dizer que o povo mudou…

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EM HONRA DA MEMÓRIA NACIONAL

Vem por aí uma obra-prima. Aliás, duas, porque serão dois volumes numa encadernação primorosa, repletos de fotografias, documentos e relatos que começam na Revolução de 30 e terminam nos governos militares.

Trata-se da vida do senador Vitorino Freire, compilada por seu filho, Luís Fernando Freire. Volta-se ao tempo em que todo mundo escrevia cartas e mandava telegramas, registro vivo de várias épocas e muitas crises.

Vitorino apoiou o golpe de 64 e os governos dos generais-presidentes, mas como nenhum outro político da época, era a instância a que recorriam os aflitos.
Tirou da cadeia e de lugares piores montes de jornalistas e políticos perseguidos e ameaçados pela repressão.
Não hesitava sequer em elevar a voz diante dos algozes e exigir providências urgentes.
Vale aguardar e guardar essa coletânea preciosa.

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