"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OS CARNEIROS INCAUTOS: SINAIS QUE PODEM INDICAR QUE VOCÊ FAZ PARTE DO GRANDE REBANHO - PARTE 2


PARTE 2

O Incauto Feliz da Vida.

Também conhecido como "Mauricinho" ou "Patricinha". A vida é uma festa para estas pessoas. Desde que elas não sejam afetadas pelas circunstâncias imediatas dos problemas que estejam ao seu redor, elas não poderiam se preocupar menos com política, economia, guerra ou com a enganação do governo. Elas podem até estar cientes dos fatos terríveis que estão por trás de alguma questão, mas enquanto a rotina de sua existência neste mundo permanecer intacta, elas têm pouca motivação para mudar seu modo de pensar, ou mudar seu mundo. Na verdade, alguns Incautos Felizes da Vida gostam de uma ou duas catástrofes aleatórias, pois isso serve de assunto para as conversas rápidas em volta da máquina de fazer café na empresa. Os principais interesses deles são o consumismo irrestrito (o acúmulo de coisas desnecessárias) e experiências sexuais sem envolvimento emocional (o acúmulo de uma falsa autoconfiança). Em grande parte, o que eles sabem sobre o mundo foi derivado dos quinze minutos diários assistindo ao noticiário das principais emissoras de televisão. Frequentemente, eles repetem alguns pontos que ouviram nos principais canais de notícias, mas raramente têm alguma ideia original.

Já observei que esses homens e mulheres são normalmente do extrato mais alto da classe média, de famílias de colarinho branco. Provavelmente eles foram mimados e protegidos do sofrimento que existe do lado de fora da bolha de conforto em que nasceram e, provavelmente, nunca tiveram de lutar para conseguir alguma coisa na vida, o que lhes deu um senso audacioso de possuir direitos. Muitas dessas pessoas rompem com esse padrão mental por sua própria conta. Já conheci vários casos assim. Outras, porém, se recusam a ver o óbvio, a não ser que sejam confrontadas com a possibilidade de virem a perder algo se não tomarem uma atitude.

O Incauto Metido a Intelectual

Este é meu tipo favorito. Estas pessoas pensam muito de si mesmas; têm uma autoestima muito elevada. Algumas até mesmo se veem como parte da elite (embora a maioria não seja). Normalmente, são pessoas da "classe profissional", e são médicos, advogados, bancários, investidores, professores universitários, cientistas, etc.; algumas podem ainda não ter saído da universidade, porém já começam a demonstrar um complexo de superioridade.
O Incauto Metido a Intelectual acredita que o mundo da academia não comete erros, ao contrário dos verdadeiros eruditos, que sempre têm a sabedoria de questionar as conclusões da academia. Para mim, um diploma de uma universidade de primeira linha é pouco mais do que um pedaço de papel de 100 mil dólares; ele não me diz nada sobre a verdadeira inteligência da pessoa que o ostenta. Basta somente olhar para os analistas financeiros "profissionais" da grande mídia, que cegamente apoiaram a economia keynesiana e se recusaram a reconhecer as bolhas que estavam sendo criadas pelas taxas de juros artificialmente baixas fixadas pelo Sistema da Reserva Federal (um banco central privado) e a mentalidade do dinheiro de graça. A cara formação educacional deles não serviu para nada e a economia mundial está agora em um ruinoso declínio.

A conclusão é que, em grande parte, a "educação superior" é, na verdade, doutrinação. As pessoas que obtém diplomas em Economia aprendem aquilo que o sistema financeiro quer que elas aprendam, e nada mais. O mesmo se aplica a qualquer outro campo de estudo em que as informações são extremamente centralizadas e filtradas. Todavia, o Incauto Metido a Intelectual têm uma fé tão malcolocada na torre de marfim de sua universidade de primeira linha que assume que atingiu o pináculo do conhecimento. Aqueles que não entram nesse sistema como o Metido a Intelectual entrou, passam a ser ignorados ou ridicularizados sempre que apresentam uma opinião diferente.

Esse tipo de carneiro incauto é movido pelo desejo de obter respeito, poder e, algumas vezes, admiração e adulação servis. Na verdade, para eles, ser inteligente é menos importante do que conseguir fazer os outros acreditarem que eles são inteligentes sem questionamentos. Quando desafiados a provarem sua inteligência, eles frequentemente respondem com indignação. Eles nunca, ou raramente, consideram a possibilidade que possam estar errados em qualquer assunto, especialmente se for um assunto ligado à sua formação universitária. Quando se veem enfrentando alguém que tenha uma melhor compreensão sobre um assunto, eles não cedem. Em vez disso, recorrem às táticas subversivas de debate para confundir a discussão, saem pela tangente para evitar o confronto direto e, quando estão realmente encurralados, proferem frases usando um vocabulário obscuro, na tentativa de impressionar os outros e desviar a atenção do fato que eles não têm ideia sobre aquilo que estão falando.

Os Incautos Metidos a Intelectuais são fáceis de identificar pelo seu comportamento arrogante. Eles tendem a se distanciar de canais de televisão como FOX e CNN e leem publicações como Forbes e Foreign Affairs (a revista oficial do CFR, o Conselho das Relações Internacionais), que ainda são propaganda, porém de uma natureza mais complexa. Eles respondem à maioria dos argumentos com um sorriso, devido ao excesso de confiança, até que percebam que estão sendo vencidos, e então tendem a perder a compostura. É necessário que eles passem por muitos embaraços em público para que comecem a corrigir seus modos.

26 de novembro de 2012

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