"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 18 de julho de 2012

HOMICÍDIO DE JOVENS CRESCE 346% EM 30 ANOS NO BRASIL

Estudo mostra que o país está em 4º lugar no ranking mundial em que crianças e adolescentes mais morrem assassinadas   
Violência (Foto: SXC)
O Brasil ocupa hoje os primeiros lugares no ranking de países mais violentos para crianças e jovens no mundo: é o quarto com mais homicídios e o 12º onde mais se morre por acidentes de trânsito.

Entre 1980 e 2010, 55 crianças e adolescentes morreram diariamente pelas chamadas causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes. As informações são do Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos e pela Flacso Brasil.

Em 30 anos, o total de mortes de pessoas entre 0 e 19 anos por doenças e causas naturais passou de 387 casos em cada 100 mil pessoas para 88,5 por 100 mil, queda de 77%.
Por outro lado, cresceu o total de crianças e de adolescente que morrem por homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de outros tipos. Estas vítimas, que somavam 27,9 casos por 100 mil habitantes em 1980, alcançaram 31,9 casos por 100 mil em 2010, aumento de 14,3%.

A piora no quadro de mortes por causas externas foi puxada pelos homicídios, que cresceram 346,4% em 30 anos. Em 1980, morreram assassinadas 3,1 crianças e adolescentes em cada 100 mil, total que alcançou 13,8 casos por 100 mil em 2010.
Também aumentou o total de suicídios (38%) e de acidentes de trânsito (7%).

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Na última década, no caso das tragédias no trânsito, diminuiu o tal de mortes entre crianças de 2 a 13 anos, mas aumentou o número de vítimas entre 14 e 19 anos. Isto se deve ao crescimento da venda e uso das motocicletas, que representaram 39% das mortes em acidentes de trânsito, à frente do automóvel (19,3%) e pedestres (12%).

"Esses dados ajudam a revelar certos aspectos do Brasil que às vezes passam despercebidos. O fato de no Brasil se matar 130 vezes mais crianças e adolescentes do que no Egito revela que algo está errado", diz o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, que coordenou a pesquisa.

O estudo também tentou identificar os atendimentos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) de jovens e adolescentes vítimas de violência física e de abuso sexual. A fatia com maior quantidade de vítimas compreende crianças de 1 a 4 anos.
Em 2011, foram atendidas no Brasil 6.132 crianças vítimas de agressão, enquanto 1.607 jovens entre 15 e 19 anos foram parar nos hospitais pelo mesmo motivo. "Nos casos de violência há ainda as cifras negras, casos que acabamos não conhecendo porque a vítima fica constrangida em pedir ajuda", diz Waiselfisz.

REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIA ESTADO
18 de julho de 2012

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