"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 13 de março de 2013

CRÍTICO DA CORRUPÇÃO, PAPA FRANCISCO TERÁ DE ENFRENTAR OS MARGINAIS DO VATICANO

 


Barril de pólvora – Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso, o cardeal protodiácono francês Jean-Louis Pierre Tauran anunciou às 16h10 de Brasília (20h10 de Roma) o nome do sucessor de Joseph Ratzinger no comando da Igreja Católica. O eleito pelos 115 cardeais que participaram do conclave é o argentino Jorge Mario Bergoglio.
 
Primeiro latino-americano e primeiro integrante da Companhia de Jesus a chegar ao posto máximo da Igreja Católica, Bergoglio, que adotou o nome de papa Francisco, terá pela frente um sem fim de problemas para solucionar na Santa Sé, começando pelos crimes cometidos no Banco do Vaticano, instituição financeira que é conhecida mundialmente como centro de branqueamento de capitais, um dos motivos que levou Ratzinger à renúncia.
 
Jorge Mario Bergoglio, que recentemente entrou em rota de colisão com a presidente Cristina Kirchner por discordar da decisão do governo argentino de aprovar a união entre pessoas do mesmo sexo, é um crítico ácido da atual realidade que domina sua terra natal. Em recente entrevista, o agora papa Francisco disse que “os argentinos se acostumaram a conviver com os efeitos demoníacos do domínio do dinheiro, das drogas, da corrupção e do tráfico de pessoas e crianças”.
 
Escolhido por seus pares no Colégio Cardinalício para comandar a Igreja Católica, Bergoglio não é um inocente que desconhece a verdade e muito menos pode ignorar os muitos escândalos que se escondem nos intramuros da Praça São Pedro. O novo papa deve se preocupar com própria segurança, pois a manutenção de suas ideias acerca da corrupção e uma eventual tentativa de promover uma faxina no Vaticano exigirão cuidados redobrados.
 
Arcebispo emérito de Brasília, o cardeal João Braz de Avis não errou ao cobrar de Tarciso Bertone maior transparência em relação aos recentes escândalos que culminaram com o Vatileaks e a renúncia de Ratzinger, que prometeu entregar um dossiê aos cardeais.
 
Não se deve esquecer que Bento XVI, antes de renunciar, nomeou um integrante da Ordem de Malta, o advogado alemão Ernst Von Freyberg, para presidir o Banco do Vaticano.
Qualquer mudança radical na instituição colocará o papa Francisco em situação de risco. E não foi por acaso que Albino Luciani, o papa João Paulo I foi assassinado e protagonizou o mais curto pontificado da história da Igreja Católica (33 dias).
  
E não foi por acaso que Albino Luciani, o papa João Paulo I, foi assassinado pouco mais de um mês depois de assumir o timão da Igreja Católica. O grande trunfo de Bergoglio será manter o cardeal Odilo Scherer como fiscal das operações financeiras do Banco do Vaticano.

13 de março de 2013
ucho.info

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