"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 13 de março de 2013

FOLHA DIZ QUE NOVO PAPA COMBATEU FMI E É ACUSADO DE AJUDAR DITADURA

 


O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, passa por vários questionamentos em seu país por frases polêmicas em relação a temas políticos e é acusado de envolvimento com a última ditadura militar (1976-1983).

Quando era arcebispo de Buenos Aires, em 2002, o novo pontífice disse que os argentinos deveriam parar de “rezar” para o FMI (Fundo Monetário Internacional) porque isso não ajuda o país a se recuperar de sua maior crise da história.

Na época, ele considerou que o pedido de ajuda não resolveria os problemas do país, que na época tentava um acordo com o fundo, que não chegou. “Não vamos a lugar nenhum [com a ajuda externa], simplesmente nos endividaríamos ainda mais”, disse.

Dias antes, ele havia dito, na cerimônia da Revolução de Maio, Bergoglio disse que a Argentina estava “à beira da dissolução nacional”. Na ocasião, ele não se importou com a presença do então presidente Eduardo Duhalde e afirmou que a classe política deveria ser um pouco menos “egoísta”.

DITADURA

Em 2005, o jornalista Horacio Verbitsky acusou o então arcebispo de ter contribuído para a detenção, em 1976, pelas Forças Armadas, de dois sacerdotes que trabalhavam sob seu comando na Companhia de Jesus, Francisco Jalics e Orlando Yorio. A história foi registrada no livro “El Silencio”.

A acusação não é inédita. Rumores sobre uma suposta colaboração de Bergoglio com a ditadura já haviam sido ventilados na Argentina por críticos do perfil conservador do cardeal. É a primeira vez, no entanto, que se publicava um registro oficial da atuação de Bergoglio no episódio.

Verbitsky obteve nos arquivos do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina um documento de 1979 em que o então diretor de Culto Católico do órgão, Anselmo Orcoyen, afirma ter sido informado por Bergoglio das “suspeitas de contato com guerrilheiros” e dos “conflitos de obediência” envolvendo o sacerdote de origem húngara Jalics.

Bergoglio teria feito esses comentários oralmente ao entregar por escrito um pedido para renovação do passaporte argentino de Jalics, que, assim como Yorio, foi libertado em 1976. O pedido de renovação do passaporte foi negado com base nos antecedentes do religioso informados verbalmente. Verbitsky narrou esses fatos num capítulo do livro chamado de “As Duas Faces do Cardeal”.

Bergoglio aceitou falar com o escritor durante a preparação do livro. O cardeal negou que tenha colaborado com a ditadura e disse que, ao contrário, agira para tentar salvar os sacerdotes enquanto estavam presos na Esma, a Escola de Mecânica da Armada, local de extermínio do regime militar.

13 de março de 2013
(Folha de S. Paulo)

NOTA AO PÉ DO TEXTO

(...)
E o palhaço é Horacio Verbitsky, hoje um kirchnerista fanático. Na década de 70, ele foi terrorista do grupo Montoneros. Seu nome aparece ligado ao sequestro que rendeu o maior resgate da história: o dos irmãos Born (Jorge e Juan). Verbitsky, que admite candidamente que pegou em armas, teria ajudado a desviar os US$ 60 milhões para Cuba.
Hoje, este senhor é um assessor informal de Cristina Kirchner. Na verdade, é, assim, um seu Rasputin. Só que, em vez de soprar verdades do além os ouvidos da monarca, cochicha-lhe delírios ideológicos.
Ele contribui para fazer desta senhora uma candidata a nova líder da esquerda latino-americana, o que é piada. FOI DA ARGENTINA QUE PARTIU A CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO CONTRA O NOVO PAPA.
Os kirchneristas são ainda mais organizados e violentos na rede do que os petistas. Há até um livro sobre a atuação dessa tropa de choque. Chama-se “Aguanten los K”, do jornalista Carlos M. Reymund Roberts. Já escrevi a respeito aqui.
Os “K” na Argentina são os equivalentes dos petralhas no Brasil.

(...)

REINALDO AZEVEDO (EXCERTO DE ARTIGO, ARQ. 15.03.2013)

*** *** ***

(...)
Vimos a imprensa brasileira espalhar, por exemplo, a calúnia asquerosa do jornalista Horácio Verbitsky, um palhaço do kirchnerismo, contra o papa Francisco. Ele não tem nenhuma evidência, prova ou indício de que o agora Sumo Pontífice colaborou com a repressão.
Há não mais do que a impressão e o achismo de um jesuíta então preso. Ao contrário: o que está devidamente evidenciado é que o Jorge Bergoglio atuou para tentar libertar alguns encarcerados. E isso ensejava contatos com a cúpula militar — o mesmo aconteceu no Brasil.
Muito bem! A esmagadora maioria dos veículos que tratou do assunto omitiu o fato — NOTEM: É FATO, NÃO BOATO — de que Verbitsky foi um terrorista montonero. Um pouco de honestidade intelectual lhe resta: admite o fato — até porque não teria como negá-lo. Foi apresentado como “próximo” da Cristina Kirchner, a Louca da Casa Rosada.
Errado! É um propagandista do governo, do regime. Mais do que isso: é um assessor informal da presidente que persegue abertamente a imprensa.
(...)

REINALDO AZEVEDO (EXCERTO DE ARTIGO, ARQ. 15.03.2013)

 

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