"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 30 de abril de 2013

REEDIÇÃO DA CARTA ABERTA DE USTRA AO VEREADOR NATALINI

O jornal Folha de S. Paulo, de 28/08/2012, publicou entre outras, as seguintes declarações, feitas pelo senhor Gilberto Natalini, onde me acusa de tê-lo torturado:

“Ele me batia com uma vara de cipó de um metro e meio de comprimento. Tive que ficar equilibrado com os pés em cima de latas de leite em pó. Também sofri choques elétricos. Tudo pelas mãos dele”.
"Ele me bateu durante várias horas e me obrigou a declamar poesias nu e diante dos soldados para me humilhar".

Sr Gilberto Natalini, desminto, categoricamente, as suas declarações. Eu nunca o torturei, como não torturei ninguém.

Procurando o que consta a seu respeito no Google encontrei o seguinte:

“Gilberto Natalini - Médico, Vereador, 51 anos, vereador, nascido no ano de 1952 , em São Paulo, é formado em medicina e foi um dos presos políticos do regime militar. Ativista estudantil pela UNE e pela UEE, tentava articular a reintegração das escolas médicas, onde discutia o tema política. Acusado de participar de uma facção política que praticava guerrilha urbana, Natalini foi preso cerca de dezessete vezes durante os anos de repressão. Em uma delas passou quatro meses na carceragem do DOPS, em São Paulo. Atualmente, Natalini exerce a função de médico de forma solidária todos os sábados, por uma promessa feita em cárcere anos atrás, além de ser vereador do Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) pela cidade de São Paulo, em seu segundo mandato”.

Certamente, como é comum entre os que me acusam, o senhor já terá "as testemunhas que o viram ser torturado por mim e que também se dirão torturadas", o que dará mais credibilidade ao que foi publicado no jornal.

Mas, para que as suas declarações, a respeito das suas prisões, tenham maior credibilidade responda, por favor, às seguintes perguntas:

1 - Em que período (dias, mês e ano) o senhor esteve preso no DOI/CODI/II Exército, em São Paulo, ocasião em que teria sido torturado por mim?

2 - Os presos pelo DOI, após interrogados, se considerados inocentes eram liberados pelo próprio DOI, se culpados, eram encaminhados ao DOPS/SP. O senhor foi liberado pelo DOI , caso positivo, em que data? Ou foi encaminhado ao DOPS/SP,neste caso, em que data?

3 - O senhor afirma que " foi preso cerca de dezessete vezes durante os anos de repressão. Em uma delas passou quatro meses na carceragem do DOPS, em São Paulo". Após passar tantos meses no DOPS/SP o senhor, certamente, foi indiciado em algum Inquérito Policial e encaminhado ao Presidio Tiradentes, com prisão preventiva decretada pala Justiça. Em que data isto aconteceu?

4- Em que Auditoria Militar o senhor foi julgado? Quando? Qual a sentença que recebeu?

5 - Os presos pelo DOI foram indenizados pela Comissão de Anistia. O senhor, só pelo fato de ter passado quatro meses no DOPS, deve ter recebido uma excelente indenização desta Comissão. Quando o senhor foi indenizado pela Comissão de Anistia?

6 - Senhor Gilberto Natalini, como o senhor , depois de tantos anos, guarda na memória detalhes de sua suposta tortura no DOI, tenho a certeza de que se lembrará, com muito mais clareza, das datas em que o senhor "sofreu as agruras da ditadura" e que ficaram gravadas, para sempre, na sua memória?

Até hoje, o Senhor Gilberto Natalini não teve a coragem e a hombridade de responder a tais perguntas publicamente.

30 de maio de 2013
Carlos Alberto Brilhante Ustra é Coronel Reformado do EB. Texto escrito em 02/09/2012.

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