"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 3 de abril de 2013

VALÉRIO VAI SER OUVIDO DE NOVO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO SOBRE O "CAPO" LULA

 
Procuradores querem detalhes sobre acusações feitas pelo operador do mensalão; ele afirma que Lula se beneficiou pessoalmente do esquema


Marcos Valério
Procuradores querem ouvir detalhes sobre acusações feitas por Valério (Reprodução)

A Procuradoria da República no Distrito Federal vai ouvir de novo o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza sobre as acusações feitas por ele em depoimento prestado no dia 24 de setembro do ano passado. Durante o julgamento do mensalão, Valério foi espontaneamente à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, afirmar, entre outras coisas, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi beneficiado pelo esquema.

O empresário disse ainda que o ex-presidente deu "ok" para os empréstimos bancários fraudulentos que viriam a irrigar o mensalão. Lula classifica o depoimento de "mentiroso".

Os procuradores responsáveis pelas seis investigações preliminares abertas pelo Ministério Público local consideram que esse seria um passo necessário para saber se os procedimentos devem ser levados adiante ou se devem ser arquivados. Eles explicam que Valério, em vários momentos, restringiu o relato dos fatos a poucas linhas, em determinados pontos, a apenas duas linhas de depoimento.

É o caso, por exemplo, das acusações que fez segundo as quais o dinheiro do mensalão também pagou a campanha do senador Humberto Costa (PT-PE) ao governo de Pernambuco. Também é o caso da afirmação segundo a qual o Banco do Brasil cobrava "pedágio" de empresas de publicidade para financiar os cofres do PT.

Por causa disso, procuradores consideram inevitável que Valério seja novamente ouvido, seja pessoalmente pelos integrantes do Ministério Público ou pela Polícia Federal.

O depoimento de Valério foi inicialmente remetido pela PGR para o Ministério Público Federal em Minas Gerais. Após analisar o teor das acusações do empresário, um procurador mineiro decidiu remeter o caso para Brasília.

A Procuradoria da República em Minas Gerais já investiga o repasse de dinheiro para a empresa de Freud Godoy, segurança do ex-presidente Lula. Segundo Valério, foi por meio dessa transação que o dinheiro chegou ao ex-presidente. Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo por operar o esquema de desvio de verba para o pagamento de parlamentares na gestão Lula.

03 de abril de 2013
Veja Online
(Com Estadão Conteúdo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário