"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 26 de junho de 2013

SARNEY USA A TRIBUNA DO SENADO PARA DAR LIÇÕES DE MORAL E DEFENDER O COMBATE À CORRUPÇÃO

 


Audácia do caudilho – Certa feita, Otávio Mangabeira, então governador da Bahia, disse uma frase que ganhou a história e até hoje cai como luva na realidade brasileira. “Pense num absurdo, na Bahia há precedente”. Estivesse vivo, Mangabeira já teria cobrado direitos autorais de norte a sul, pois absurdos sobram nessa destrambelhada terra chamada Brasil.

No momento em que a política brasileira está mergulhada na vala do descrédito, há alarifes abusados que surgem em cena para aulas de moralismo.

Pouco depois das 16 horas desta quarta-feira (26), José Sarney ocupou a tribuna do Senado para defender o projeto de lei (PLS 204/2011) que transforma em crime hediondo os casos de concussão e corrupção ativa e passiva, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT).

Ouvir José Sarney condenando casos de corrupção é pagar os pecados antes da hora. Caudilho no mais miserável estado do País, o Maranhão, Sarney deveria poupar o povo brasileiro de tamanho calvário no meio da semana.
Para quem não se recorda, José Sarney foi o principal protagonista do escândalo dos “Atos Secretos do Senado”, devidamente abafado com a ajuda de seus pares nada santos de parlamento.

Ainda no currículo recente de José Sarney consta a censura imposta ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que por decisão judicial continua proibido de publicar qualquer informação sobra a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que flagrou, seu filho, o empresário globetrotter Fernando Sarney, em estripulias na seara de remessa ilegal de dinheiro.

Também recheio o currículo de Sarney a manobra no Tribunal Superior Eleitoral que culminou com a cassação do mandato do então governador maranhense Jackson Lago (PDT).
No lugar de Lago assumiu Roseana Sarney, que meses depois cometeu a mesma irregularidade alegada no processo de cassação do mandato do pedetista.

Como se fosse pouco o currículo de uma das mais nocivas figuras da política nacional, o Procurador-Geral da República, curvando-se à influência de José Sarney, corre o risco de ser processado por segurar um processo contra Roseana.

No Tribunal Superior Eleitoral, o relator do processo contra Roseana era o então ministro Arnaldo Versiani, mas Gurgel segurou a documentação até o término do mandato do magistrado.
Muito estranhamente, depois da saída de Versiani do TSE, o caso envolvendo Roseana Sarney foi redistribuído e caiu no gabinete da ministra Luciana Lóssio. Como noticiamos anteriormente, Luciana Lóssio foi advogada do clã Sarney durante oito longos anos. A proximidade com a agora ministra Luciana levou Sarney à cerimônia de posse da apadrinhada no TSE.

Esse breve currículo de José Sarney, que agora tenta posar como inimigo da corrupção, mostra com clareza que a reforma política pouco ajudará no combate ao banditismo político. Na realidade, o Brasil precisa de uma hecatombe política para que a seriedade volte a frequentar seara tão perversa.

26 de junho de 2013
ucho.info

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Não posso deixar de tecer um comentário meio desairoso, e diria até estapafúrdio. Mas é o que penso, quando vejo a nota acima.
O Brasil é uma pândega! Por essas e outras, quando leio os 'profundos' exercícios teóricos da transformação do país em alguma coisa tipo chavismo, ou que diabo de outro nome tenha, rio-me à socapa... Rio-me por diversas razões... Rio quando penso que a "elite petista", montada nos grandes escândalos de corrupção, apesar de não ter nenhum constrangimento de botar a cara na janela, já não merece mais o respeito da nação...
E quem representa essa "elite comuno-fascista" senão a desgastada figura do palanqueiro garanhão de Garanhuns? Que outro nome pode ser lembrado que tenha algum poder de representação política no PT, para liderar um golpe de esquerda?
Quem representa as FARC no Brasil, montada pela mesma figurinha, com mais cara de liberal do que de comuna, hoje um abastado lobista e palestrante humorista?
Rico, em quem já não se vê sequer a sombra do 'sapo barbudo' do ABC?
O Brasil não é um país sério! Nada pode acontecer seriamente, enquanto a `patuscada` enriquecer o cenário, em que uma figura como o Senador José Sarney, sobe à tribuna e profere disparates, apoiando - não sei com que cara, para mim é um mistério - a guerra contra a corrupção... 
O jogo político em Banânia, não é o tabuleiro de uma partida de xadrez, jogo  de astúcias e sutilezas, lances magistrais de inteligência e estratégia... Mas o jogo do submundo, das intenções perversas, das alianças traiçoeiras, do desmonte das instituições para uso pessoal e da gangue com quem troa junto e divide o espólio...
Leio tais profecias como um exercício de humor... Recuso-me a acreditar nos 'políticos' fantasiados de 'esquerdistas', todos muito bem de vida, mamando nas tetas da viúva com sofreguidão, e fazendo os mesmos discursos demagógicos, enganando a pobreza em busca dos seus votos para mais um mandato que garanta a gorda aposentadoria e os melhores serviços  privados de saúde, pagos com o dinheiro dos abusivos impostos...
Perdoem-me os comentaristas inteligentes e que, naturalmente como jornalistas, têm ouvidos múltiplos em todos os cantos e sabem, em cima dos acontecimentos de bastidores, o que os demais mortais ignoram, por falta de `espias` que lhes tragam as boas novas...
Mas falta-me sizo para acreditar nas premonições desastrosas que conseguem enxergar no horizonte, os fantasmas de uma esquerda comprometida com o povo e com o país.
Para mim são apenas oportunistas de momento, comunistas caricatos.
Devo ser míope...

Espero que tais aziagas notas de calamidades bolivarianas, sejam apenas exercícios. Seria surpreendido se tais 'verdades' rolarem no plano da realidade.
m.americo

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