"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 29 de março de 2013

ANDORINHAS EVOLUEM PARA ESCAPAR DE ATROPELAMENTO


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Ao longo dos anos, comprimento médio das asas das andorinhas caiu de cerca de 10,9 cm para 10,7 cm (Reprodução/Economist)

As andorinhas estão evoluindo para escapar de um predador perigoso: o carro

Os exemplos mais conhecidos de seleção natural no mundo moderno são aqueles em que os humanos se empenharam em matar populações inteiras de membros de outras espécies, que reagiram: a resistência de bactérias a antibióticos; a resistência de mosquitos a inseticidas; a resistência de ervas daninhas a herbicidas.

Esses casos foram extensivamente estudados porque as relações de causa e efeito são claras, e as consequências são sérias para a humanidade. Mas as pessoas podem criar pressões evolutivas tanto acidentalmente quanto deliberadamente, e Charles e Mary Brown das Universidades de Tulsa e Nebraska-Lincoln descobriram um caso intrigante em uma população de vertebrados: a de andorinhas-de-torso-acanelado.

A andorinha-de-torso-acanelado gosta de fazer seus ninhos de lama endurecida nas laterais de penhascos. O seu problema é que a humanidade forneceu muitos penhascos extras na forma de pontes rodoviárias. Isso é útil para os pássaros, mas também perigoso caso resolvem pousar na pista, e ao longo de 30 anos os drs. Brown têm coletado e medido andorinhas mortas por carros e caminhões, bem como espécimes vivas capturadas em redes de nylon.
 
A conclusão deles, publicada nesta semana no periódico Current Biology, é que as andorinhas estão evoluindo, e que a pressão que as está fazendo evoluir é o risco de morrerem atropeladas.

Quandos os Browns começaram seu estudo, em Keith County, Nebraska, em 1982, coletavam cerca de 20 pássaros mortos por veículos por ano. Em 2012 esse número havia caído para quatro.

Ao mesmo tempo, o número de ninhos na área aumentou de 10.000 para 25.000.

Uma explicação possível é que os pássaros aprenderam que os veículos são perigosos, e daí alteraram seu comportamento. Mas os Browns acham que pelo menos parte do que está acontecendo se deve à seleção natural, não ao aprendizado.

A razão que apresentam é que os pássaros mortos por veículos têm asas mais longas, em média, que a população como um todo. A diferença é de apenas alguns milímetros (de um comprimento de asa total de pouco menos de 11 cm), mas é estatisticamente significante.

Esta também é biologicamente significante, uma vez que, em termos aerodinâmicos, asas mais curtas permitem uma decolagem mais vertical, o quepermitiria que um pássaro desviasse de um carro mais rapidamente.

Uma vez que andorinhas de fato costumam pousar nas pistas abaixo de seus ninhos, a habilidade para desviar do trânsito de fato é importante.

Se a seleção natural funciona desse modo, então a envergadura das asas dos pássaros diminuirá. Isso está acontecendo. Os Browns descobriram que o comprimento de asa médio das andorinhas locais caiu ao longo dos anos do estudo de cerca de 10,9 cm para 10,7 cm.

Fontes:
The Economist-Road-kill stew

29 de março de 2013

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