"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ENQUANTO ISSO, NA CASA DO ESPANTO... UM ESPANTO!


A Casa do Espanto se supera: filho de Lobão aparteia Sarney para propor que a corrupção seja considerada crime hediondo

Emocionado com o discurso do senador José Sarney que qualificou de “uma chaga da nossa sociedade” a impunidade dos homicidas, o senador Lobão Filho aparteou o orador para avisar que apresentará até quinta-feira um projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo.

Segundo a legislação, delitos enquadrados nessa categoria, como o homicídio qualificado e o tráfico de drogas, não admitem fiança, são punidos com mais severidade e obrigam os condenados a cumprirem a pena em presídios de segurança máxima.

Sim, parece piada. Mas é só o Brasil.


Quem subiu à tribuna para exigir que os pecadores sejam castigados foi Madre Superiora, animadíssimo com a estatização da Fundação José Sarney, penúltima delinquência cometida pela Famiglia (veja reportagem na seção O País quer Saber).

E quem promete jogar pesado em favor da moral e dos bons costumes é o filho e suplente do ministro Edison Lobão, vulgo Magro Velho.

“O crime de desvio de recurso público na área da saúde, da educação, tem um poder de homicídio em massa”, entusiasmou-se Lobinho ao anunciar “uma contribuição à ideia de Vossa Excelência”.

Sarney matou a bola no peito, baixou no gramado e devolveu de trivela. Depois de cumprimentar o colega do PMDB maranhense pela feliz iniciativa, jurou que se sentia “profundamente gratificado por ter sensibilizado o Senado para o problema da impunidade”.

Não, nenhum dos dois ficou maluco. É que a dupla está cansada de saber que, se uma coisa dessas for aprovada e a Justiça fizer o que deve, a Casa do Espanto será fechada por falta de quórum.

augusto nunes

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