"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

HACKEANDO O CÉREBRO: A NOVA ARMA DOS EUA

Vi no UOL que o Pentágono apresentou publicamente uma nova arma chamada ‘Active Denial System’ ou ADS, cujo efeito não é letal, mas causa uma forte sensação de dor. Trata-se de um curto raio de microondas que provoca intenso calor na camada superficial da pele, enganando o sistema nervoso, que acredita estar em chamas. O Pentágono afirma que submeteu a testes mais de 10 mil pessoas, e nenhuma delas suportou a ação dos raios por mais de 5 segundos. O sistema funciona até uma distância de 500 metros, por enquanto.
O ADS é uma tecnologia – concebida, a princípio, com fins bélicos – que afeta diretamente o sistema nervoso de um indivíduo sem agredi-lo fisicamente, mas psicologicamente, visto que os efeitos são inofensivos. Equivale a hackear o cérebro do inimigo. O objetivo inicial dos militares é executar missões complexas sem necessidade de baixas. Mas quem pode garantir que tal tecnologia não poderá ser aplicada com outras intenções?

É certo que o sistema ADS funciona como um potente mecanismo de controle através da possibilidade de provocar dor à distância, sem causar danos reais. É o sonho de qualquer déspota ou tirano psicótico. É um sistema de segurança eficaz em presídios ou mesmo em condomínios privados, uma vez que pode limitar os movimentos ou impedir a aproximação de quem quer que seja.

O ADS pode, sim, evitar mortes num conflito quando substitui granadas e fuzis por microondas e anula o inimigo sem a necessidade de matá-lo ou nem mesmo de feri-lo.

O que nos preocupa é: quanto tempo levará para que a nova arma caia em mãos erradas? Ou será que já caiu?

pensador selvagem

Nenhum comentário:

Postar um comentário