"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

JÁ NÃO SE FAZEM MAIS CRIANÇAS COMO ANTIGAMENTE


O multiculturalismo deforma a Infância.

Uma das principais obras de Mark Twain e da Literatura Americana realista,
As Aventuras de Huckleberry Finn e seu amigo o ex-escravo Jim.
Fantástico estímulo às aventuras e ao percorrer o mundo.
Obra combatida pelos politicamente corretos que não a entendem dentro de seu tempo, mas querem lê-la com o olhar enviesado de hoje em dia. Jim, como a fantástica Tia Nastácia, de Monteiro Lobato, são personagens maravilhosos, vistos, atualmente, pela lupa da luta racialista e tacanha.

Agradeço profundamente aos meus pais o fato de terem estimulado em seus filhos o hábito da leitura. Mesmo morando no interior distante de São Paulo, nos anos 50, 60. A biblioteca de casa era uma imensa fonte de prazer.
Enciclopédia Jackson, Mundo da Criança, Mundo Pitoresco, Tesouro da Juventude, Monteiro Lobato. Machado de Assis, Maupassant, Tolstói, Dostoiévski, Graciliano, Amado, Seleções Reader´s Digest, Life en Español. Jack London, Twain, Grimm, Esopo, La Fontaine, Coleção Saraiva, Dickens. E outros, muitos outros.

Todos aqueles personagens e histórias povoam, até hoje, a imaginação.

Só conhecíamos o rádio. TV só vi aos 18 anos. Era brincar na rua de terra, descalço, subir em árvores, em muros, jogar futebol, brincar de mocinho e bandido. Andar de bibicleta ,algumas vezes esticando a cidades a 25 quilômetros por estradas de terra com bois, cavalos, árvores frutíferas e os trens de passageiros e de carga que passavam apitando.

Banhos de rio. Boiadas, berrantes. Missas, confissões e sermões dos padres. Cantos em latim, órgão e mistério. As missas de hoje são uma porcaria. E muita, muita leitura. Era um enorme programa.

Assim, aprendi a valorizar o acesso aos bens culturais, aos livros e a liberdade de pensamento e expressão. Jamais tolerei as ditaduras, de qualquer natureza. Autoritários e totalitários, a para mim, são desprezíveis. Ainda não existe “totalitariofobia”, não é?

Não sei como pessoas que estudaram e que têm um certo conhecimento do mundo acabam aderindo ao pensamento totalitário. De fato até sei, pois, conforme alguns autores, como Olavo de Carvalho, a adoção da ciência e da revolução como critérios de “mudança” acabam justificando as maiores barbaridades. Eis um autor para o qual é necessário dispor alguns anos para leitura.

Fico profundamente chocado com a confusão em que o mundo parece mergulhado.
O modo de ver “politicamente correto” e o “multiculturalismo” fazem um imenso estrago hoje em dia. As crianças crescem como idiotas, tuteladas pelo estado em escolas absolutamente vagabundas.
Não sabem o que é respeito ao próximo e nem conseguem observar as próprias barbaridades que cometem, em termos comportamentais.

Não têm a menor noção do fabuloso mundo da Literatura e das Artes, não sabem pensar e mal dominam a língua portuguesa e as operações elementares com os algarismos. Jovens de 17, 18 anos chegam às faculdades achando a leitura de livrinhos da Coleção Primeiros Passos uma coisa muito, mas muito difícil. Talvez até seja um bem, uma vez que tal coleção já apresenta um mundo esquerdizado e deformado pela ideologia.

Num dos livros sobre Educação comparada, de minha mãe, que era professora primária, no tempo em que professores ensinavam e alunos aprendiam, em que os atrasados reprovavam, li sobre as crianças da Alemanha Nazista, da Rússia Comunista e da Itália Fascista.

Não tinha idade para compreender muita coisa, mas, com certeza, compreendi o que é uma fábrica de salsichas: as escolas estatais dos regimes totalitários. Não há coisa mais odiosa do que dissolver o sentido de família e transformar a criança em uma peça para o exército de reposição social, abstraíndo o indivíduo que cada um é. Cada criança transformada em reprodutor de pura ideologia, disposta (sem perceber) pela doutrinação a entregar os próprios pais à policia política.

Isso jamais será tratado hoje em dia nas escolas, ou em seminários de Educação, pois fica a impressão de que a maioria dos professores já não percebe mais o que faz. São agentes totalitários não auto-conscientes. Já sofreram lavagem cerebral anos atrás, durante sua formação, ou infância.

Tratei disso porque me chamou a atenção algo que li sobre a Inglaterra. O curioso é que, ao longo do tempo, imaginei poder conhecer, um dia, alguns dos lugares sobre os quais li. Ó engano! Com o passar dos dias, quanto mais leio mais me convenço de que a realidade de alguns paises mudou tanto que é melhor ficar com a imagem obtida por meio das leituras.

O pensamento politicamente correto deformou de tal modo a cultura em alguns lugares que perdi a vontade de conhecê-los. Um seriam os Estados Unidos, outro a Inglaterra, por exemplo. Pelo visto a Inglaterra não é nem a sobra do que foi há trinta ou quarenta anos. O multiculturalismo está destruindo uma cultura que parecia sólida e estável.

Um dos lugares que deveriam ser interessantes é a Califórnia, mas a impressão que fica é a de um lugar de ranzinzas voltados para si mesmos, politicamente corretos, chatos, para quem não se pode nem olhar caso, contrário chamam seus advogados. A Califórnia já foi um dia o equivalente ao que seria o quinto país do mundo, caso fosse um pais, mas sem a chatice do não pode isso ou aquilo. Perdeu a graça.

Li, no blog do Rui Mig que na Inglaterra “consultores para a diversidade cultural, recomendaram aos professores do ensino primário, que não deixem usar vestidos pretos nas bonecas de bruxinhas, construídos pelas crianças, mas antes cor-de-rosa. Não contentes com tal imbecilidade, os consultores avisaram ainda que, a utilização de papel cavalinho branco nos desenhos das crianças pode ser contraproducente na luta contra o racismo. "Estas medidas, explicaram de cátedra aqueles comissários políticos, são úteis para prevenir o racismo nas crianças desde tenra idade."

Diz Mig, com razão, “Na China de Mao Tsé Tung, o semáforo vermelho, era o sinal para o trânsito avançar e o verde para parar. A revolução cultural na Inglaterra vai longe com os resultados que se conhecem e com outros que se advinham”...

Sobre o mesmo assunto, este é um texto de

KATHLEEN GILBERT (19 de setembro de 2011),

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