"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DILMA NÃO GOSTOU E PODE DEMITIR A COMISSÃO DE ÉTICA

O parecer da Comissão de Ética da Presidência da República que recomendou a exoneração do ministro Carlos Lupi (Trabalho) gerou desconforto no Planalto e contrariou a presidente Dilma. A indicação surpreendeu o governo tanto pela decisão quanto pela velocidade com que o órgão analisou o caso.

Além de reavivar as pressões para que Dilma demita seu sexto ministro suspeito de corrupção, o ato ocorreu quando a presidente já havia decidido só trocar o comando da pasta em janeiro, na reforma ministerial. O mal-estar chegou a tal ponto que interlocutores palacianos apostam numa reformulação na comissão a partir de junho.

Em 2012, 3 dos 6 conselheiros podem ter seus mandatos renovados, desde que a presidente aprove. Outros dois integrantes terão de deixar o posto.
O único com mandato garantido até 2013 é Sepúlveda Pertence, presidente do colegiado.

A equipe de Dilma viu excessos na condução do caso Lupi. Após a reunião que recomendou a exoneração dele, a presidente foi informada de que o grupo teria feito piada sobre o ministro durante o encontro.
O desgaste atingiu a relatora do processo, Marília Muricy, um dos alvos mais prováveis na potencial reforma da Comissão de Ética. O Planalto considerou "subjetivas" algumas das razões apontadas por ela para justificar o pedido de demissão.

No relatório, Muricy afirma que foi "inequívoca a falta de zelo na conduta do denunciado", e citou declarações irônicas dadas pelo ministro durante a crise. Segundo ela, houve "certa dose de arrogância" de Lupi.

"[As atitudes] misturam aparente indiferença quanto à gravidade das acusações", escreveu Marília Muricy. O incômodo com a atuação do órgão não é novo.
O episódio envolvendo Lupi apenas expôs uma tensão acumulada desde o escândalo que culminou com a queda de Antonio Palocci, quando a comissão emitiu opiniões que ajudaram a enfraquecer o então chefe da Casa Civil.(Da Folha de São Paulo)

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