"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

JOAQUIM BARBOSA, O MENSALÃO E A MENTIRA TEM PERNA CURTA

O ministro Joaquim Barbosa é bem conhecido dos brasileiros. Elevado ao grau de celebridade ao humilhar publicamente o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em uma das mais polêmicas audiências do tribunal.

Sem papas na língua, Joaquim Barbosa disse a Mendes o que muitos brasileiros queriam dizer a respeito da arrogância e da magnânima atuação de Gilmar Mendes (sempre para o lado dos poderosos) envolvendo casos de corrupção. (Não lembra? Leia aqui)

Agora, o ministro volta às manchetes jogando mais uma vez no ventilador ao desmascarar o descarado complô que é ensaiado pelos ministros do STF (a maioria indicada pelo PT) para causar a prescrição dos crimes do Mensalão; transformando em uma enorme pizza mal cheirosa o processo que poderia ser um marco na moralização da política nacional e destruiria boa parte da cúpula petista, ao colocá-la atrás das grades.

Tudo começou com uma entrevista “em banho-maria” do Ricardo Lewandowski, revisor do caso. Nessa entrevista, Lewandowski deixou escapar que o processo cainhava para a prescrição porque não haveria tempo hábil para julgá-lo. Afinal de contas, o ministro Joaquim Barbosa havia tido uma série de problemas de saúde e atrasara a entrega do seu relatório sobre o caso.

Com a celeuma levantada pela imprensa, o presidente do STF – ministro Cezar Peluso – quis fazer “uma média” com a opinião pública e dar um ar de legitimidade ao complô que se anunciava. Mandou redigir um ofício instando Joaquim Barbosa a acelerar o processo e enviar os autos para análise dos seus colegas o mais rápido possível.

Malandro… Cem anos de Lapa… E frequentador do Bar Luiz… O ministro Joaquim Barbosa sentiu que era preparado um cenário para culpá-lo pela prescrição do processo e tornar palatável para a opinião pública o desastre da impunidade dos canalhas mensaleiros.
Como homem que honra seu posto e de coragem de sobra, Joaquim Barbosa pegou a “perna de anão” que lhe entregaram – embrulhada para presente – jogou-a para o alto e acertou em cheio o ventilador só STF.

Com uma declaração bombástica, desmascarou todo o esquema armado para levar o processo à prescrição e inocentar a corja que se apoderou do país.

Disse:

“Os autos, há mais de quatro anos, estão integralmente digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal, cuja senha de acesso é fornecida diretamente pelo secretário de Tecnologia da Informação, autoridade subordinada ao presidente da Corte, mediante simples requerimento".

visão panorâmica
20 Dec 2011

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Por que sempre que nos deparamos com as fotografias dos "quadrilheiros do mensalão", deparamo-nos com largos sorrisos e olhares maliciosos, que traduzem a certeza da impunidade, que tanto humilha os brasileiros decentes?
A resposta é fácil, ante o texto que lemos acima.
Como já foi dito, conta-se nos dedos os ministros que não foram indicados pelo PT. Isto sugere alguma coisa a você?
Pois é. O sentimento de impunidade que paira no espírito da sociedade brasileira, decorre da certeza de que tudo se arma para a prescrição e consequente liberdade dos "quadrilheiros" que armaram o maior golpe político que esse país já viu. Não há, nos anais históricos, qualquer coisa que se assemelhe ao mensalão.
Aquele que foi chamado pelo procurador como o "chefe da quadrilha", sempre se apresenta com um semblante de deboche, certo de que nada afetará a sua vidinha de politiqueiro e armador de golpes.
Continua faceiro agindo nos bastidores, quando não escancaradamente à cara de todos, sempre cinicamente se 'lixando' para o que pensa ou diz a mídia.
Soberbo, apesar de sujo e notoriamente conhecido da opinião pública, espera calmamente que prescrevam seus crimes e possa voltar ao teatro da politicalha suja e corrupta.
O texto é claro, ao apontar a 'armação' da impunidade no STF.
O que podemos pensar da Justiça, quando nos deparamos com esse quadro, dentro da instância maior do país?
Creio que pouco importa aos 'soberanos' o que pensa a nação.
Pense nisso quando for votar, quando for dar procuração para representá-lo no Parlamento. O Supremo decorre, ineditamente, de um governo petista, que ocupou a máquina administrativa e todas as instituições, para usá-las em proveito do seu projeto de poder e que, sobretudo, desmoraliza um país e sua nação.
m.americo

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