"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ADEUS, CHE...

“Comunista é alguém que leu Marx e Lênin. Anticomunista é alguém que entendeu Marx e Lênin.”
A frase de Ronald Reagan define a trajetória ideológica de um cara que eu conheço. Durante vários anos, o sujeito se dedicou ao estudo de autores socialistas. Só os compreendeu mesmo quando resolveu ler os seus críticos.

Mas não é preciso ler Ludwig von Mises e Richard Pipes para entender a natureza perversa do socialismo. Basta ler os memorandos de Lênin, os diários de Che Guevara e os escritos de Gramsci para compreender que eles defendiam uma doutrina de ódio e massacre. E a doutrina se realizou em números assustadores: mais de 100 milhões de mortos.

Qualquer estudo sério sobre os regimes socialistas leva-nos à conclusão de que se trata de um sistema inviável e tirânico. Quando o socialismo abandona seus aspectos inviáveis, continua tirânico – é o caso da China. Quando o socialismo deixa de ser tirânico, torna-se inviável – é o caso da Tchecoslováquia em 1968.
Não existe “socialismo com face humana”: se tem face humana, deixa de ser socialismo. Não existe “socialismo democrático”: se é democrático, deixa de ser socialismo. Ou tem algo a ver com democracia um sistema que começa por solapar um dos mais básicos direitos humanos, o direito à propriedade?


Sendo liberal, nunca defenderei a censura, a perseguição e a eliminação física daqueles que pensam de modo diferente. O mesmo não se pode dizer dos comunistas e socialistas revolucionários; nem desses ativistas que não veem nenhum problema no aborto, mas se escandalizam com uma inocente palmadinha. Há algo mais socialista que estatizar as crianças?

Liberalismo não é bicho-papão; é apenas a defesa dos livres intercâmbios entre os indivíduos, sob o império da lei. Não há nenhuma incompatibilidade entre esse conceito e o da caridade cristã; o liberalismo não quer revolucionar o mundo, nem acredita que o mercado vai resolver todos os problemas, nem confunde individualismo com egoísmo.

Essa história de sonhar com um mundo utópico, um paraíso na Terra, já rendeu uma montanha de problemas – e de cadáveres. É bom lembrar as sábias palavras: “Meu reino não é deste mundo”.

28 de Dezembro de 2011
paulo briguet

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