"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ENEM E A MATEMÁTICA BURRA DO HADDAD GERAM PROTESTOS ENTRE ESTUDANTES. ONDE ESTÁ A OPOSIÇÃO?

Haverá protestos em todo o Brasil contra a farsa da metodologia de avaliação do ENEM e, até agora, não apareceu um deputado ou um senador do PSDB, DEM ou PPS para dizer que vai estar presente, apoiando os estudantes. A estudantada tem mais é que votar no PSTU e no PSOL.

Estudantes de pelo menos dez cidades brasileiras farão protestos contra o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) nesta quarta-feira (3). As manifestações, denominadas "Enem pro espaço", foram organizadas pelo Facebook para ocorrer simultameamente entre 14h e 17h e têm como principais reivindicações a volta da correção das redações pelas universidades, o direito à revisão de provas e transparência nos critérios para calcular as notas.

No Rio de Janeiro, o local escolhido foi o Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Educação (MEC) na cidade. No mesmo horário, também há passeatas marcadas em São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Rondônia, Teresina e Imperatriz (Maranhão).

Os vestibulandos cariocas Brayan de Mello, Ana Luísa Faria, Jeniffer Araújo, Daniel Ramos e Filipe Oliveira já prepararam seus cartazes para o evento.

— O que queremos é parar a cidade para chamar atenção para essa injustiça cometida contra os estudantes. Nossa principal reivindicação é a revisão das redações, que é um direito nosso. E não é desculpa de quem foi mal na prova, pois tirei 800 em 1.000 — diz Brayan. A redação, que é a prova que vale mais pontos, é corrigida de qualquer maneira.

Anteontem, o procurador da República no Ceará Oscar Costa Filho havia pedido à Justiça Federal que a nota da redação não fosse considerada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usará o resultado do Enem como forma de acesso a 95 instituições federais.

Segundo o procurador, não é possível combinar a nota de redação e as notas das provas objetivas, pois ambas seguem diferentes metodologias de cálculo.

— Consultei professores da Matemática da Universidade Federal do Ceará, e houve unanimidade de que é uma questão de lógica. Do ponto de vista jurídico, há uma violação do princípio de igualdade. A TRI busca corrigir distorções, e é incompatível com a nota absoluta da redação — argumenta Costa Filho.

Enquanto a redação varia numa escala de 0 a 1.000 e tem valor absoluto, porque não envolve nenhum cálculo estatístico, as notas das quatro provas de múltipla escolha são calculadas de acordo com a Teoria da Resposta ao Item (TRI).

O modelo leva em consideração erros e acertos dos candidatos e o nível de dificuldade de cada questão para calcular o resultado final dos candidatos. Com isso, as notas mínimas e máximas variam em escalas diferentes.

Mestre em Econometria pela London Business School e em Matemática pelo IMPA, Leonardo Cordeiro endossa o argumento de que é um equívoco somar notas com metodologias diferentes.
Para ele, as soluções possíveis são usar a nota da redação apenas com caráter eliminatório ou calcular as notas das provas objetivas pelo percentual de acertos de cada candidato, descartando o TRI, como era feito até 2008.—

O que não se pode é misturar as duas medidas. Usar a nota da redação combinada com a TRI provoca uma distorção matemática tão grande na classificação que, em média, 40 a 50% dos alunos que poderiam ser aprovados anteriormente deixariam de passar por esse cálculo. Ao misturar notas obtidas por metodologias incompatíveis, o MEC compara "maçãs" com "laranjas" — diz Cordeiro que foi professor de Finanças da London School of Economics, na Inglaterra, por cinco anos.

Na opinião de Cordeiro, a não divulgação das notas de todos os candidatos fere os príncipios de transparência em concursos públicos. Para ele, se o MEC divulgasse detalhes da metodologia empregada como os parâmetros estimados pela TRI para cada item ou questão, seria possível recalcular a nota final obtida por cada candidato:

Esses parâmetros são os de discriminação, de dificuldade e de acerto casual. Como são parâmetros universais, a divulgação não fere princípios de confidencialidade e certamente acalmaria os espíritos dos candidatos, que poderiam confirmar a validade de suas notas. O MEC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só se pronunciará judicialmente. (Globo Vestibular)

NOTA AO PÉ DO TEXTO

É patética a subserviência ao poder, a indigência de uma 'oposição' fantasma que apenas se curva ao descalabro dos dessarranjos de um governo inconseqüente.
A estudantada está aí, aos berros, revoltada com os absurdos critérios do sr. Haddad, tentando acordar alguma bela adormecida, que apenas sonha com carrugagens e príncipes encantados - no caso com algum principe transformado em sapo barbudo - mas que continua de costas para os verdadeiros problemas da sociedade.
Ninguém, nem viva alma, se manifesta para encampar o que é um direito dos estudantes! Ninguém dessa 'oposição' fajuta, essa 'oposição' de 'faz de conta', dá o ar da sua graça!
Como Deus não vai dar, o que pode fazer o estudante? Em que palanque poderá reivindicar a justa medida que contemple de fato uma 'medição' justa? Como tirar da letargia essas 'oposição' burra?
Opiniões de um mestre em econometria, sustenta a razão dos berros dos estudantes, ratificando as suas justas reivindições.
Nao divulgar as notas de todos os estudantes, fere o princípio da transparência que regula qualquer concurso.
Não há dúvida de que é um equívoco somar notas com metodologias diferentes.
A transparência que a estudantada cobra é para poder confirmar a validade da sua nota.
Porque tanto mistério em divulgar a metodologia usada na correção das provas?
Há algo de podre no reino do ENEM... E o fedor ainda não chegou as delicadas pituitárias dessa 'oposição' de mentira...
Quanto a reagir votando no PSTU ou no PSOL, náo é a melhor solução, e possivelmente a menos inteligente. Chega desses socialismos comunizantes! Chega de farsantes! Basta de promessas baratas e demagógicas, de paraísos!
O problema nao é da democracia, mas dos representantes que elegemos.
m.americo

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