"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A CATASTRÓFICA GESTÃO PETISTA

Uma noticia do Estadão merece uma análise mais acurada. É sobre o Ministério da Integração Nacional, aquele mesmo que está superfaturando a transposição do Rio São Francisco com mais alguns bilhões, ter destinado 90% das verbas para prevenção de catástrofes de 2011 para Pernambuco, "casualmente" a terra do ministro Fernando Bezerra(PSB-PE). Este é o problema aparente, tão comum em um governo loteado e repartido entre corruptos de toda a espécie e que, se fosse sério, não teria demitido apenas seis ministros em 2011. Teria defenestrado no mínimo uns quinze. O que espanta, além do direcionamento político às custas da morte de pessoas em situação de alto risco, é que foram gastos apenas R$ 28,4 milhões para a previsão de desastres naturais, num país onde 11,2 milhões de pessoas vivem em favelas. Para a construção de estádios de futebol, o governo liberou dez vezes este valor no ano passado. E contratou empréstimos de R$ 2,2 bilhões, que jamais serão pagos pelos clubes tomadores. É a catastrófica e desumana gestão petista.
coroneLeaks

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Integração dá 90% de verba antienchente para Pernambuco, Estado do ministro
Pasta de Fernando Bezerra, cotado para disputar a Prefeitura do Recife, destinou R$ 31,5 milhões à unidade da federação que ele representa


Marta Salomon, de O Estado de S. Paulo
02 de janeiro de 2012

BRASÍLIA - Pernambuco, Estado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, foi o principal destino de verbas do ministério comandado por ele em prevenção e preparação de desastres naturais, como enchentes e desmoronamentos. Em obras iniciadas em 2011, Pernambuco concentrou 90% dos gastos da pasta destinados a esse fim, mostra levantamento feito com base em dados do Tesouro Nacional e pela organização não-governamental Contas Abertas.

Beto Barata/AE - 13.05.201190% de verba antienchente foi para Estado de ministroDuas obras que consumiram grande parte dos gastos de R$ 25,5 milhões no Estado tiveram as ordens de serviço assinadas pela presidente Dilma Rousseff em viagem ao município de Cupira, no final de agosto. Indicado para o cargo pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Bezerra é pré-candidato à prefeitura do Recife em 2012 . Ele nega.

As barragens de Panelas 2, em Cupira, e de Gatos, no município de Lagoa dos Gatos, somam R$ 50 milhões em recursos já comprometidos desde maio. O dinheiro deverá ser liberado ao longo das obras.

A concentração de verbas do programa de prevenção e preparação para desastres em Pernambuco foi tão grande que o Estado lidera o ranking da liberação de dinheiro da União mesmo quando é considerado o pagamento de contas pendentes deixadas pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse ranking, Pernambuco é seguido pelos Estados da Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

Dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, onde chuvas fortes provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado.

Pernambuco recebeu R$ 25,5 milhões, contra R$ 1,8 milhão liberado para o Paraná, dos R$ 28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011 para a prevenção de desastres naturais. O restante foi para outros Estados.

A construção de reservatórios para conter cheias na região metropolitana de São Paulo, ação que teve R$ 31 milhões de gastos autorizados pelo Orçamento de 2011, não recebeu nenhum tostão, mostra o levantamento.

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