"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 1 de janeiro de 2012

NO OLHO DO FURACÃO

A brutal transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos nas sociedades dos principais países capitalistas da Europa.

A questão da carga tributária e de como os tributos incidem sobre a renda das diferentes classes da população são cruciais para o equilíbrio social dos países.

A política fiscal, que inclui a política tributária relativa à receita pública e a política orçamentária que se refere aos dispêndios do Governo, tem papel decisivo relativamente à melhoria da distribuição de renda nos países.

A tributação deve incidir mais, de modo progressivo, sobre a renda e o patrimônio do que sobre o consumo. A política fiscal neoliberal prejudica a distribuição de renda, piorando-a, ao reduzir a tributação sobre os mais ricos e ao diminuir as transferências financeiras, de renda, aos mais pobres, por meio do corte nos benefícios sociais (aposentadorias e pensões) e nas políticas sociais. Isto é que significa tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

Os bancos foram salvos em 2008 pelos governos que, em decorrência disso, pioraram bastante suas situações fiscais, e agora os bancos querem quebrar os governos que os salvaram, obrigando-os a cortar benefícios sociais dos cidadãos comuns para pagar juros e amortizações da dívida pública a essas instituições financeiras.

Daí decorre a insatisfação das sociedades européias com os diferentes governos nacionais e com os políticos. Será uma brutal transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos nas sociedades dos principais países capitalistas da Europa. E já começou.

Carlos Frederico Alverga

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