"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 21 de janeiro de 2012

O FUTURO É DESANIMADOR, JUQUINHA...

Sobrinhos, bateu preguiça e titio ficou fora do ar por um bom tempo no começo deste ano. Vocês perdoam o titio quarentão e que gosta de vadiar?

Um dia desses eu estava revendo "De Volta Para o Futuro II". É aquele em que os personagens principais vão para o futuro e dão de cara com carros voadores e garçons robotizados. Só dessa vez eu me toquei que esse “futuro” se passa em 2015! Sim, daqui a 3 anos, Juquinha.

Em vez de carros voadores temos apenas cafeteiras mais caras e celulares com joguinhos mais coloridos – e 30 mil novas maneiras de perdermos tempo. De resto, não avançamos muito. Nós continuamos meio estúpidos. Se o futuro deveria trazer alguma “evolução”, então algo deu incrivelmente errado.

O que até era de se esperar: não costumamos evoluir “para melhor”. E quando damos uma dentro, tratamos logo de cuspir no prato: tivemos o renascentismo e sua defesa da razão apenas para cairmos no misticismo new age alguns séculos depois. Bom trabalho, humanos!

Nós erramos até nas nossas previsões mais pessimistas. Um exemplo: na década de 90 o Brasil foi tomado pela onda da lambada. Naquela época eu achava que havíamos atingido o limite da mediocridade. Hoje, depois de ouvir funk carioca, sinceramente eu acho “Chorando se foi” uma obra sinfônica.

E que tal a série “Mulheres Ricas” e seu desfile de estupidez e pelancas capaz de transformar a Suzana Vieira em uma Mona Lisa? Tenho saudades de quando as novelas eram a pior coisa da tv. Ah, sim, e para coroar temos a revista Época saudando Michel Teló como difusor dos “valores da nossa cultura popular”. Se ele realmente representa alguma coisa da cultura do meu país então eu quero já uma passagem para a Bolívia. Droga por droga, a da Bolívia faz menos mal.

Honestamente eu tenho medo dos sucessores do Funk carioca e de Michel Teló. Imagine o quanto a gente ainda pode piorar.
jornalismo boçal

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