"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 21 de janeiro de 2012

A HISTÓRIA OCULTA DO SIONISMO

O livro A História Oculta do Sionismo, escrito por Ralph Schoenman e publicado no Brasil pela Editora Sundermann (www.editorasundermann.com.br) é uma obra reveladora que todos deveriam ler.
Esse trecho está entre as páginas 157 e 160. Boa leitura, se é que se pode dizer isso a respeito de palavras tão chocantes.

O caso de Ghassan Harb

Ghassan Harb, intelectual palestino de 37 anos, jornalista do importante diário árabe Al Fajr, foi detido em 1973. Soldados israelitas e dois agentes à paisana o levaram de sua casa para a cadeia de Ramallah, onde o prenderam durante 50 dias. Durante esse tempo não o interrogaram nem fizeram nenhuma acusação contra ele. Foi-lhe negado qualquer contato com a família ou com advogados.

Depois de 50 dias foi levado, com a cabeça coberta por um saco, a um local desconhecido. Lá ele recebeu prolongadas surras: “me esbofeteavam por quinze, vinte minutos”.

Nu e com um saco na cabeça, ele foi enfiado à força num espaço estreito. Ele começou a sufocar. Esfregando a cabeça contra a “parede”, ele conseguiu tirar o saco da cabeça e percebeu que estava enfiado num compartimento parecido com um armário, que tinha cerca de 60 cm por 150 cm.

Ele não podia se sentar nem ficar de pé. O chão era de cimento e com pedras pontiagudas, em intervalos irregulares. As pedras “eram agudas e afiadas” e tinham 1,5 cm de altura. Ghassan Harb não podia se apoiar nelas sem sentir dor. Ele tinha de se apoiar numa perna e, no instante seguinte, na outra, repetindo esse movimento continuamente. Na primeira sessão, ele foi mantido no caixote por quatro horas.

Então o obrigaram a engatinhar sobre pedras afiadas enquanto quatro soldados o espancavam durante uma hora. Depois de ser interrogado, Ghassan foi colocado de volta na cela e recomeçou o tratamento: espancado, desnudado, e forçado a rastejar para dentro de uma casinha de cachorro de 60 centímetros e, depois, para o “armário”. À noite, enfiado no armário, ouvia gemidos de presos: “Oh, meu estômago! Vocês estão me matando”.

O relatório de horrores de Ghassan Harb foi corroborado por quatro pessoas em separado. Mohammed Abu-Ghabiyr, sapateiro de Jerusalém, descreveu o mesmo pátio de pedras afiadas e canil. Jamal Freitha, um trabalhador de Nablus, descreveu o “armário” como uma “geladeira” com as mesmas dimensões. Tinha o “chão de cimento com pequenos montinhos com pontas muito afiadas como se fossem pregos”.

Kaldoun Abdul Haq, proprietário de uma empresa de construção de Nablus, também descreveu o pátio e o armário com o chão “coberto de pedras muito afiadas grudadas no cimento”. Abdul Haq foi pendurado pelos braços por um gancho no muro do pátio.

Husni Haddad, proprietário de uma fábrica em Belém, foi obrigado a se arrastar e engatinhar pelo pátio, sobre a superfície cortante, enquanto era chutado. Seu caixote também tinha “um chão com pontas como polegares, mas afiados”.

Ghassan Harb foi solto depois de dois anos e meio, sem ter sido acusado de nenhum delito, nem ter sido levado aos tribunais. Sua advogada, Felicia Langer, conseguiu levar o seu caso de maus tratos à Suprema Corte israelita. Na audiência não se fez nem se admitiu nenhuma declaração completa e nem sequer testemunhas foram convocadas. O Tribunal negou sumariamente qualquer acusação de tortura.

O caso de Nader Afouri

Nader Afouri era um homem forte, cheio de vida, campeão de levantamento de pesos da Jordânia. Quando o soltaram, em 1980, depois de sua quinta prisão, ele não conseguia mais ver, ouvir, falar, andar nem controlar suas funções fisiológicas. Entre 1967 e 1980, Nader Afouri ficou detido administrativamente durante dez anos e meio. Apesar do tratamento brutal que infligiram a Nader durante suas cinco prisões, as autoridades israelitas não conseguiram arrancar nenhuma confissão nem apresentar nenhuma prova para que ele fosse levado a julgamento.

21 de janeiro de 2012
múltiplos universos

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