"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 8 de janeiro de 2012

PREOCUPADO COM O FIM DO MITO, PT QUER BLINDAR LULA CONTRA A "MÃE DOS POBRES"


O PT começa a ficar preocupado com a substituição do mito Lula por uma Dilma "Mãe dos Pobres" . Isto poderia ocorrer se Dilma conseguisse entregar as casas do Minha Casa, Minha Vida, acabar com os bolsões de pobreza através do Brasil Sem Miséria, fazer deslanchar o Pronatec em conjunto com os sistemas nacionais de apredizagem e ampliar a distribuição da Bolsa Família. Por isso, grande parte dos lulistas defende que Dilma aposte na "gestão" como marca de governo e no crescimento econômico.

Mercadologicamente, isto seria uma burrice amazônica, já que o mundo está em crise e os resultados nos próximos anos serão risíveis na área. Dizem que até Lula, o velhaco, tem aconselhado Dilma a voltar a ser a "Mãe do PAC". É o medo. Leiam matéria abaixo do O Globo.
coroneLeaks

A presidente Dilma Rousseff tem sido estimulada a criar uma marca forte do seu governo a partir deste ano para ter uma identidade própria que a diferencie da imagem de governo social, já conquistada pelo ex-presidente Lula. Com a gestão ofuscada em 2011 pelo "marketing da faxina", a ordem é tentar firmar uma imagem de gestora capaz para os próximos três anos.
Mas é nesse ponto que começam as divergências: enquanto o marketing palaciano tem batido na tecla do Brasil Sem Miséria, focando nas ações sociais, um grupo próximo da presidente - inclusive Lula - propõe que ela recupere rapidamente o carimbo de uma grande gestora. A avaliação desse grupo é que a marca do social já foi conquistada por Lula, e não adianta querer competir nesse campo.

Para esse grupo, uma marca na mesma linha do carimbo de "mãe do PAC", que marcou a campanha presidencial, seria mais eficaz do que o rótulo de "mãe dos pobres". Portanto, o desafio de Dilma seria apontar soluções para os principais problemas de infraestrutura, turbinando o PAC e obras estruturantes para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
- A marca Brasil Sem Miséria é tão vazia como foi o Fome Zero. O governo Dilma tinha que apostar numa marca própria. O culto da esmola está esgotado. Tem pouco pobre para tirar da rua, depois do que o Lula já fez. Dilma tem que encontrar sua própria personalidade em cima da gestão, que é o seu forte - diz um interlocutor palaciano.

Internamente, o maior defensor da ideia de investir no marketing social é o publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de 2010. Foi dele a ideia do slogan Brasil Sem Miséria.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defende que a preocupação principal do governo Dilma deve ser com a economia e geração de empregos. Ele frisa que o grande desafio da presidente será manter e até ampliar o número de mais de 30 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média no governo Lula.
- A gestão precisa ser a marca preponderante para enfrentar a crise econômica. O grande desafio será manter os empregos nesse momento. Ao agir como gestora e se mostrar preparada para este momento, Dilma já estará agindo pelo social - diz Lindbergh.

A avaliação mais comum no PT é que, dificilmente, o mandato de Dilma poderia superar o legado da era Lula na área social. Por isso, a preocupação petista com o foco na gestão de obras de infraestrutura para que Dilma se consolide nos próximos três anos.
Além das restrições fiscais - com o contingenciamento do Orçamento da União de 2012 podendo chegar aos R$ 60 bilhões - há outro problema: a necessidade da faxina de 2011 paralisou os ministérios atingidos como Transportes, Turismo e Esporte. Agora, Dilma terá que fazer algo direcionado para deslanchar o PAC 2. - A presidente Dilma tem que deixar como marca o aprofundamento do salto de desenvolvimento - diz o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP).

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