"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 11 de fevereiro de 2012

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Petrobrás perde R$ 28 bilhões em valor de mercado após balanço

As justificativas apresentadas pela Petrobrás para a surpreendente queda do lucro no ano passado não convenceram as instituições financeiras e os analistas do setor petrolífero.

No dia seguinte à divulgação dos resultados, a companhia perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado, segundo cálculos da consultoria financeira Economática.

No pregão desta sexta-feira, as ações ON da estatal caíram 8,28%. As PN, 7,84%. O resultado dos papéis da Petrobrás levou o índice Bovespa a cair 2,34%, para 63.997,86 pontos.

O BTG Pactual chegou a qualificar os resultados da estatal em 2011 como "intrigantes". Em relatório, o BTG Pactual manifestou dúvidas em relação ao aumento dos encargos de depreciação no setor de exploração e produção e à deterioração dos resultados do refino.

Os analistas Gustavo Gattass, Luiz Felipe Carvalho e Dario Valdizan, mesmo debruçados sobre os resultados anunciados pela petroleira, não conseguiram decifrar como a Petrobrás chegou aos resultados financeiros divulgados.

Tamanha derrocada, segundo o BTG, pode ter origem atípica. "Ainda assim, a diminuição nos resultados foi tão grande que não podemos descartá-los como irrelevantes", diz o texto do BTG, que pretende revisar as estimativas para a Petrobrás.

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) apontou o custo da importação de derivados de petróleo como o principal responsável pelo desempenho ruim no quarto trimestre. Nos três últimos meses de 2011, houve prejuízo de R$ 4,412 bilhões na área de abastecimento, responsável pelas importações.

O relatório do Credit Suisse, assinado pelos analistas Emerson Leite e André Sobreira, diz que as perdas no setor de abastecimento da Petrobrás dobraram em seis meses.

"Quanto mais o negócio cresce, maiores são as perdas, mesmo tendo em vista preços da gasolina 10% mais altos e do diesel, 2% maiores, que contribuíram para os resultados a partir de novembro."

Para o Credit Suisse, o trimestre poderia ter sido bom, com o aumento da produção e dos preços dos derivados.

"Com ações que subiram 30% no ano até agora, estimativas de ganhos que podem ser reduzidas depois desses resultados e um cenário de produção que verá um crescimento significativo apenas depois de 2014, continuamos a ver um caso de investimento pouco convincente", dizem os analistas.

Para o Deutsche Bank, a principal causa da queda no lucro foi o aumento da importação, uma vez que a empresa chegou ao limite de capacidade de refino.

Relatório dos analistas Marcus Sequeira e Luiz Fonseca diz que "a magnitude de perdas foi claramente subestimada" pelo mercado.

O banco destacou a alta dos custos operacionais, que se persistir em 2012 poderá gerar "uma onda de redução dos ganhos".

Fevereiro 11, 2012
Luciana Collet, Vanessa Stecanella e Sergio Torres, de O Estado de S. Paulo

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