"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 25 de março de 2012

BOLSA EMPRESA x BOLSA FAMÍLIA

Os empresários exercitando o "espírito animal" com Dilma.


O governo petista, nos últimos seis anos, distribuiu R$ 97,8 bilhões em subsídios a empresas. Destinados, principalmente, para meia dúzia de grandes grupos. Já o BNDES, nos últimos três anos, deu para esta mesma categoria privilegiada empréstimos da ordem de R$ 149,5 bilhões.

Salvou bancos quebrados. Pagou a conta de empresas doentes como a Sadia. Garantiu o pasto das boiadas da JBS. Apenas em subsídios e empréstimos chegamos à extraordinária soma de quase R$ 250 bilhões para a Bolsa Empresa, muito mais do que os investimentos realizados.

Já para a Bolsa Família, durante os oito anos de sua existência, completados em novembro passado, o governo do PT destinou R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de um terço do que para os ricos.

Na semana que passou, Dilma recebeu os mesmos beneficiados de sempre, um grupo de empresários que nadam em dinheiro público como cartéis, bancos e empreiteiras, pedindo mais investimentos, pedindo que o empresário fosse tomado de "espírito animal".

Novos subsídios serão concedidos na sua volta da Índia. Para os mesmos. A Bolsa Empresa é uma estratégia tão esperta quanto a Bolsa Família. A curto prazo, tem lá as suas vantagens eleitorais. No entanto, a indústria está dando sinais de fadiga e as obras do petismo não aparecem.

Nada do que é anunciado com pompa e circunstância se concretiza. Trem-bala, Ferrovia Norte-Sul, transposição do São Francisco, o primeiro navio que encalhou depois de ser entregue, aeroportos, portos, o que deveriam ser obras são meras ficções mercadológicas. Quase 30.000 escolas rurais fecharam nos últimos seis anos. Nenhuma creche das 6.000 prometidas foram construídas. As obras da Copa capengam.

Os dois únicos setores que seguram a economia são a agropecuária e a mineração. O primeiro está ameaçado pela burrice do governo federal em não aprovar o Código Florestal. O segundo por novos impostos criados pelos estados. Como diz J.R.Guzzo em seu artigo semanal para a Veja, "nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido". Mas a Bolsa Empresa e a Bolsa Família vão mantendo as ilusões.

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Os franceses, a propósito de qualquer confusão, costumam dizer "cherchez la femme", o que significa que por trás de algum 'imbroglio', sempre encontraríamos uma mulher. Machismo francês, afirmará o sexo 'frágil'.
Já no Brasil, temos que procurar os números, melhor, as cifras... No caso, segundo me parece, podemos entender, pelos valores dos números apresentados, por que não houve o impeachment do Lula, quanto estourou o mensalão.
Prestem atenção aos valores! De subsídios, o governo distribuiu R$ 97,8 bilões! De empréstimos dados pelo BNDES R$ 149,5 bilhões! Chegamos assim, a impressionante cifra de aproximadamente R$ 250 bilhões!!!
Já para o Bolsa família, nos oito anos do governo lulopetista, cerca de R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de 1/3 do que para os ricos...

As duas bolsas, principalmente a Bolsa Empresa - já que a outra, a Bolsa Família, é apenas uma bolsa eleitoreira - não gostariam de perder tamanho privilégio. Com uma elite financeira tão bem servida, podemos entender as merecidas palmas que durante os dois mandatos o governo recebeu.
Palmas pelas magníficas 'doações', e silêncio pelos desatinos e escândalos.
Como diria o Sinhozinho Malta: "Tô certo, ou tou errado?"
m.americo

Nota

Cherchez la femme é uma frase em francês cuja tradução literal é "procure a mulher". A expressão vem do livro de 1854 Les Mohicans de Paris de Alexandre Dumas, pai. Na passagem original, lê-se

Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu'on me fait un rapport, je dis: 'Cherchez la femme'.

Cuja tradução para português é:

Há uma mulher em cada caso; assim que me trazem um relatório, eu digo: 'Procure a mulher'.

A frase resume um lugar-comum das histórias de detetive: não importa qual seja o problema, uma mulher é quase sempre por trás. É normalmente usado com o sentido de 'procura a raiz do problema'.

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