"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 21 de abril de 2012

A ACUSAÇÃO DE BARBOSA NUM MUNDO EM QUE AS PALAVRAS FAZEM SENTIDO TEM DE TER CONSEQÜÊNCIAS


O ministro Joaquim Barbosa, apesar do vocabulário a que recorre, não é um homem qualquer. É um membro do Supremo Tribunal Federal. Em dezembro, daqui a oito meses, ocupará a presidência do tribunal.

Se ele acusa um colega de manipular decisões de tribunal, a matéria interessa, acho, ao Senado. Num mundo em que as palavras fazem sentido, ou ele retira essa acusação — que mantenha as ofensas pessoais a Peluso, que também o atacou, eis um problema que diz respeito a ambos, embora lamentável —, ou, comprovada a acusação,
Peluso tem de ser condenado por crime de responsabilidade. Não comprovada, então o futuro presidente do Supremo cometeu crime de calúnia, no mínimo.

Se as palavras deixarem de fazer sentido até no Supremo, o que nos resta?

21 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo

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