"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 22 de junho de 2012

SANATÓRIO GERAL

Bala no pé

“É uma foto ambientalmente correta”.

Lula, ao lado de Dilma Rousseff, tentando brincar com a foto da rendição a Paulo Maluf para fingir que a bala no pé não está doendo.

Gratidão é tudo

“O Lula é sensível, é intuitivo. Ele, a essas alturas, já deve ter percebido o fora que deu”.

Luiza Erundina, sobre o encontro entre Lula e Paulo Maluf, ansiosa por demonstrar que, embora tenha renunciado à companhia de Fernando Haddad, continua muito grata ao chefe que a expulsou do PT.

O original é melhor

“É uma foto simpática que nós estamos tirando para vocês”.

Dilma Rousseff, ao lado de Lula, caprichando na imitação de Paulo Maluf.

Conta outra, companheira

“O Maluf quer aparecer com outra imagem, que não de quem está sendo procurado pela Interpol. Ele se higieniza ao lado das forças que não têm nada a ver com o malufismo. Investiu pesado nesse resgate político. Estava morto, só faltava enterrar”.

Luiza Erundina, explicando que Paulo Maluf se juntou à turma que, além do mensalão, produziu a maior coleção de escândalos da história do Brasil para convencer a Interpol de que resolveu regenerar-se e, portanto, merece ser excluído da lista dos procurados.

Sinceridade é isso

“Quem está no jogo precisa jogar o jogo que existe”.

Antonio Donato, vereador e presidente do PT paulistano, sobre a aliança com Paulo Maluf, explicando que, para o partido, só existe o jogo sujo.

Paraíso dos Advogados

“Kakay, quero lhe contratar com antecedência, pagando em prestações, para se precisar no futuro. Sei que não vou precisar, mas depois dessa liminar quero você comigo”.

Ciro Nogueira, senador pelo PP do Piauí, que também caiu na farra com Fernando Cavendish em Paris, sobre a liminar conseguida por Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, adiando o julgamento de Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado, revelando por que a Casa do Espanto também é conhecida pelo codinome “Paraíso dos Advogados”.

Doutor em falência

“Nós, brasileiros, somos um pouco mais otimistas. Nós vamos crescer mais do que isso”.

Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre a previsão do Credit Suisse, que reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira para 1,5%, manifestando-se sobre assuntos que ignora com a segurança de quem, com três ou quatro palpites, levou à falência aquela fábrica de tubaína em Pernambuco que teve a má ideia de contratar os serviços do perigoso consultor.

Vale a pena ler de novo

“Ela nunca abriu a boca, coitada. Nem sei a voz dela. Tem que estar sempre sorrindo ao lado do marido. Primeira-dama não vale nada”.

Sylvia Maluf, mulher do então candidato a prefeito Paulo Maluf, resumindo em 12 de julho de 2004 o que achava do desempenho da, naquela época, primeira-dama Marisa Letícia.

Vale tudo

“Qual é o problema?”.

Antonio Donato, vereador e presidente do PT paulistano, sobre a aliança com Paulo Maluf, mostrando que o partido não vê problemas nem em acertos com o PCC.

Mistério profundo

“Em política, ninguém é paulista impunemente”.

Francisco Dornelles, presidente do PP, sobre o aperto de mão entre Lula e Paulo Maluf, ensinando que, quando não é possível explicar algum fato, é melhor não dizer coisa com coisa.

22 de junho de 2012
Augusto Nunes

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