"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 17 de junho de 2012

VEREADORES DE SÃO PAULO GANHAM MENOS DO QUE ASSESSORES, DENTISTAS E TÉCNICOS DOS SERVIÇOS DE COPA E COZINHA DA CÂMARA

Um dos maiores problemas do Brasil é a esculhambação salarial no serviço público, permeando os três poderes. Um grande exemplo é a situação da Câmara Municipal de São Paulo, que anuncia agora estar preparando uma mudança na lei para criar “subtetos” salariais e impedir que funcionários de nível básico possam ganhar mais de R$ 20 mil por mês, como ocorre atualmente.

A bagunça é de tal ordem que o presidente da Câmara, vereador José Police Neto (PSD), recebe salário bruto de R$ 9.288,05, mas seus vencimentos não servem de padrão para nada, pois são bem inferiores à remuneração de assessores de imprensa, dentistas e técnicos responsáveis pelos serviços de copa e limpeza do Legislativo municipal.

Reportagem de José Benedito da Silva, publicada pela Folha de S. Paulo, mostra que, na prática, um funcionário que entra em um cargo de nível básico pode chegar a receber salário superior ao teto do Poder Legislativo (R$ 24.117) ao adquirir formação exigida a outros níveis.

Por exemplo: um servidor é admitido na carreira básica, com o ensino fundamental completo, exigido para o nível. Com o tempo, porém, cursa ensino médio, faz uma dessas faculdade e de fim de semana e passa a poder incorporar gratificações do nível superior, vejam a que ponto chegamos.

Com a mudança, o funcionário só poderá incorporar as gratificações existentes na carreira para a qual foi contratado. Ou seja, um motorista poderá chegar a ganhar, no máximo, R$ 10 mil ao longo da carreira, o que já é um grande exagero. Mas quem se interessa, se o pagamento é feito pelo povo, ao qual os políticos dizem representar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário