"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 6 de julho de 2012

JORNALISTA ITALIANO DENUJNCIA COMO É ARMADO O GOLPE DOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A SÍRIA

“Profundamente preocupados com a escalada da violência”, que ameaça converter o conflito em guerra regional, eles exigem “a cessação da violência armada em todas as suas formas.” Mas… quem são eles? Quem são esses pacifistas?

São os membros do “Grupo de Ação pela Síria”, reunido em Genebra, dia 30/06, no comunicado de encerramento da reunião. Chefiando o coro de pacifistas, lá estão os EUA, condutores, de fato, da operação de guerra em andamento, os quais, depois de destruir [o Iraque, onde tudo começou] e o estado líbio, ano passado, tentam agora desmantelar o estado sírio.

Agentes da CIA, segundo o New York Times, operando clandestinamente no sul da Turquia, estão recrutando e armando mercenários para lutar contra o governo da Síria. Mediante uma rede clandestina transfronteira, na qual também está operando o Mossad israelense, recebem rifles automáticos, munição, foguetes antitanques e explosivos.
Com um vídeo em YouTube, eles mostram que sabem usar as armas: a explosão de uma poderosa bomba, detonada por controle remoto, destrói um caminhão de transporte de civis, que passa frente à uma loja.

A Turquia também manifestou sua “oposição à crescente militarização do conflito”, que deve ser solucionado “mediante diálogo pacífico”. Mas a Turquia fornece o centro de comando, em Istambul, que dirige a operação, e as bases militares nas quais grupos armados são treinados, antes de serem infiltrados na Síria.

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TURQUIA AMEAÇA

Usando o pretexto de a Síria ter abatido um jato militar turco, que voava a baixa altitude sobre a costa da Síria para testar as defesas antiaéreas sírias a Turquia está reunindo tropas na fronteira e ameaça “intervenção defensiva”. Depois, estaria aberto o caminho para ataque de larga escala pela Otan, nos termos do artigo 5º da Carta da Organização, desempoeirado exatamente para a ocasião (contra a Líbia, bastou inventar um não-artigo 5º).

Os demais membros do Grupo de Ação pela Síria – França, Grã-Bretanha, Arábia Saudita e Qatar – proclamam-se “comprometidos com defender a soberania, independência e unidade nacionais da Síria”. Essas mesmas forças estão fazendo agora contra a Síria a mesma operação que puseram em ação contra a Líbia: treinando e armando um “Exército Sírio Livre” e mais de 100 outros grupos recrutados em vários países, pagos com dinheiro da Arábia Saudita.

E também usam militantes islamitas reacionários e grupos islamitas armados, antes declarados perigosos terroristas, agora infiltrados com forças especiais na Síria, como os que o Qatar despachou ano passado para a Líbia, fantasiados como grupos da oposição interna.

E os membros do Grupo de Ação, que pregam “liberdade de movimento no país para os jornalistas”, são os mesmos que manipularam fotografias e vídeos, enquanto movem incansável campanha de propaganda, com jornalistas, jornais e televisões, em que culpam o governo sírio pelos massacres. São os mesmos que organizaram o ataque terrorista que matou três jornalistas sírios, quando um grupo armado atacou a rede de televisão al-Ekhbaria, em Damasco, usando foguetes para explodir o prédio.

Também gostariam de explodir os argumentos de Rússia e China, membros do Grupo de Ação, que insistem em afirmar que nenhum agente externo deve tomar decisões que cabem exclusivamente ao povo sírio. Mas as potências ocidentais já decidiram – ao ativar sua máquina de guerra – mais uma vez anexar a Síria ao seu império.

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