"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 29 de julho de 2012

PLANETA PODE ENTRAR EM COLAPSO JÁ EM 2100


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Em menos de noventa anos, os ecossistemas conhecerão uma falência irreversível, diz estudo
Conclusão é de um estudo publicado na renomada revista 'Nature'. Cientistas afirmam que ecossistemas não resistirão às mudanças climáticas
Dessa vez, não é profecia maia, e sim um estudo publicado pela renomada revista Nature. Afetado pelas degradações do homem, o meio ambiente estará chegando no limite já em 2100. Ou, colocando em outras palavras: em menos de noventa anos, os ecossistemas conhecerão uma falência irreversível, anunciando o fim do planeta.

Alarmismo? Não para os 22 cientistas que assinam o artigo Approaching a state-shift in Earth’s biosphere. Analisando a perda da biodiversidade e as bruscas mudanças climáticas, o estudo prevê que quase a metade dos climas conhecidos hoje no planeta estariam perto de desaparecer, sendo substituídos, entre 12% e 39% da superfície do globo, por condições nunca antes vistas pelos organismos vivos. Como as mudanças aconteceriam de forma brutal, os ecossistemas não conseguiriam se adaptar.

Mudanças sempre aconteceram no planeta. O que diferenciaria a situação atual, no entanto, é que elas não estariam ocorrendo por catástrofes naturais, como a alteração da composição do oceano e da intensidade do sol, e sim pela pressão dos mais de 7 bilhões de habitantes, que chegarão a nove bilhões em 2050.

“Na época em que o planeta passou do período glacial ao atual, interglacial, mudanças biológicas das mais extremas apareceram em apenas mil anos. Na escala da Terra, é como passar do estado de bebê à idade adulta em menos de um ano. O problema é que o planeta está mudando ainda mais rápido agora, explica Arne Moers, co-autora do estudo e professora de biodiversidade na universidade Simon Fraser de Vancouver.

A pesquisadora continua: “O planeta não possui a memória de seu estado precedente. Tomamos um risco enorme ao modificar o equilíbrio radioativo da Terra: mudar brutalmente um sistema climático para um novo estado de equilíbrio no qual os ecossistemas e nossas sociedades serão incapazes de se adaptar [...] O próximo passo poderá ser extremamente destruidor para o planeta. Uma vez que o limite crítico for ultrapassado, será impossível voltar atrás”.

De acordo com o estudo, este limite corresponde a utilização de 50% dos recursos terrestres, este limite corresponderia ao uso de 50% dos recursos terrestres. O problema é que, hoje, os humanos já usam 43% dos ecossistemas. Um terço da água doce disponível é utilizada pelo homem. A taxa de extinção das espécies chegou a índices jamais alcançados durante a evolução humana – de 10 a 100 vezes o ritmo natural de extinção constatado pelos cientistas em um período de 500 milhões de anos.

“Diante desses elementos, podemos afirmar que um colapso é plausível já no próximo século”, assegura Anthony Barnosky, paleobiologista na universidade da California em Berkeley. Ainda assim, restam incertezas: “Trata-se de saber agora se esta mudança planetária é inevitável e, se sim, em quanto tempo ela acontecerá”.

29 de julho de 2012

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